05/12/2012 - ARMADILHA DA RENDA MÉDIA
O Banco Mundial classifica os países em três grupos. Pobres, aqueles de renda per capita inferior a US4 mil. Emergentes, aqueles de renda per capita entre US$4 mil a US$12 mil. Avançados, aqueles de renda per capita superior a US$12 mil. O PIB brasileiro de 2011 foi de US$2,2 trilhões. Com a população de 192 milhões, o PIB per capita seria de US$11,458.00. Isto é bem perto do Brasil ser considerado desenvolvido. Analisando um grupo de 101 países considerados na faixa de renda média citada, no período de 1960 a 2008, o Banco Mundial constatou que somente 13 países conseguiram ultrapassar a faixa de US$12 mil por habitante. Aqueles países que ainda não saíram da referida faixa se encontram na armadilha da renda média. São países que tiveram grandes ganhos de produtividade, na passagem de economias rurais para economias urbanas. Quando se iniciou o planejamento brasileiro (1949), menos de 50% da população estava nas cidades. Hoje são 84%. As razões para que países ultrapassassem a armadilha em referência, tal como aconteceu com Japão, Coréia do Sul, Irlanda, Cingapura, Taiwan, Hong Kong, decorreram de fortes investimentos que eles fizeram em infraestrutura avançada, sobretudo na área de telecomunicações, no desenvolvimento de uma indústria de tecnologia própria. Aqueles que superaram a armadilha deixaram de imitar para inovar. Em sequência, eles tornaram o ambiente de negócios saudável, mediante reformas estruturais. Outro fator que aconteceu com todos foi o aproveitamento do bônus demográfico, quando cerca de 60% da população, na faixa de 16 a 64 anos (faixa de acordo com as leis trabalhistas daqui) se torna o momento único na história de um país, quando maior será a produtividade. O Brasil caminha para essa faixa. Estimativas apontam que em 2022 o País estará no auge do uso dessa força de trabalho.
Nos países desenvolvidos é o
crescimento rápido da classe média que os levaram a enriquecer. A classe C no
Brasil já é 52% da população, ainda que sua renda, na faixa de R$1.064,00 a
R$4.591,00, seja bem inferior à renda dos países ricos. O perfil do Brasil de
hoje é bem parecido com o da Coréia do Sul de 25 anos atrás. Existiam 53% dos
cidadãos na sua classe média. Crescendo a uma taxa média de 5,5% no citado
período, atualmente 94% da sua população são da classe C. Sem dúvida que o
Brasil está bem próximo de passar para o grupo dos desenvolvidos, mas terá que
reformas as suas instituições e fortalecer a educação, para voltar a ter
grandes ganhos de produtividade.
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