19/12/2012 - SOLUÇOS ECONÔMICOS
O governo federal lançou ontem
mais um pacote de medidas da política fiscal. Referida política é um balanço
entre receitas (a grande maioria delas de origem tributária) e custos
(pagamentos aos órgãos públicos e o que sobrar para investimentos). Ora,
orçamento da União é de mais de um trilhão de reais, que daria para fazer bons
investimentos. No entanto, o governo secularmente só anda apertado para
realizar inversões, desde o Império, quando o País assumiu a dívida portuguesa com
a Inglaterra. Não há condições nem de pagar todos os juros, sendo as parcelas
de principal roladas. Em decorrência disso, o governo protela a reforma
tributária, não quer reduzir a máquina pública partidarizada e faltam recursos
completados com impostos, contribuições e taxas. Assim, vem, temporariamente, concedendo
incentivos, visto que passa longe reduzir tributos. São soluços visando a
retorno de taxas de crescimento elevadas, para melhorar a gestão pública.
Hoje, portanto, o Ministro da
Fazenda, Guido Mantega, anunciou que fará uma recomposição do desconto do IPI,
para o segmento de automóveis e adotará outras medidas de estímulo à economia.
Em 2013, o pacote anunciado custará R$6,8 bilhões aos cofres públicos. Os
carros de até mil cilindradas, cuja alíquota que está em zero, subirá em
janeiro para 2% e, em abril, subirá para 3,5%. Em julho ela voltará para o
patamar de 7%. No caso dos carros flex de mil a duas mil cilindradas, em
janeiro, a alíquota, que está em 5,5%, subirá para 7%. Em abril, passará para
9% e, em julho, voltará para o patamar de 11%. Os movidos à gasolina, de mil a
duas mil cilindradas, terão alíquotas ampliadas dos atuais 6,5% para 8%, em
janeiro. Em abril subirá para 10% e, em julho, voltará para 13%. Quanto aos
caminhões a alíquota ficará zerada, quando originalmente ela era de 5%. O
anúncio também prorrogou a redução do IPI da linha branca para até o final de
janeiro. Contudo, as alíquotas voltarão a subir em fevereiro, com exceção da
máquina de lavar roupa, que terá a redução de IPI para 10%, de forma
permanente. A alíquota anterior era de 20%. No caso de fogões e tanquinhos, a
alíquota, que está zerada, subirá para 2%, em fevereiro, até junho. Para
geladeiras, sobre as quais incidem um IPI de 5%, a taxa subirá para 7,5% em fevereiro.
Além do mais, foi anunciada a desoneração da folha de pagamento do comércio
varejista. Em vez de pagar contribuição previdenciária de 20%, sobre a folha de
pagamento, o segmento pagará 1% sobre faturamento. Em resumo, os segmentos
beneficiados agora são 42, quando as estatísticas do IBGE chegam a centenas de
segmentos. Dessa forma, os incentivos são parciais e temporários, não
garantindo a retomada do crescimento, como quer o governo, apostando no que deu
certo em 2009 se repetirá, quando a conjuntura é muito diferente. Até agora não
funcionou.
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