22/12/2012 - POUCO FÔLEGO



A economia brasileira vem andando de lado, após o segundo choque do petróleo, de 1979, já que o primeiro choque foi resistido pelo governo Geisel (1974-1979), colocando a economia brasileira “em marcha forçada”. Isto é, resistindo e crescendo muito, por volta de 6% ao ano, quando a maior parte do mundo entrou em recessão. Porém, em 1979, a “conta petróleo” passou a corresponder a 50% das exportações, provocando sérios déficits na balança comercial. A dívida pública brasileira se tornou explosiva. Para piorar o quadro nacional, naquele ano, assumiu a presidência do Banco Central dos EUA (o FED), Paul Vockler, que permaneceu 18 anos no cargo, cuja ortodoxia consistiu em elevar a taxa de juros dos títulos americanos, que ultrapassou até 20% anuais, o que atraiu capitais de todo o mundo e, a escassez provocada, fez o Brasil recorrer a empréstimos de assistência do FMI, os quais colocaram a economia em recessão por quatro anos. Desde então a economia teve baixo crescimento médio, por volta de 2% anuais, até 2003. Após 2004, veio conhecer o dobro do fôlego de então. Sem dúvida, a estabilidade da moeda, desde o Plano Real, em 1994, o País procurou recuperar o melhor fôlego possível, visando crescer acima de 5% ao ano.

Não obstante os esforços, ela não tem conseguido. A economia nacional tem mostrado pouco fôlego. Por exemplo, em 1997 cresceu 3,4%. No entanto caiu no ano seguinte para 0,3%. Em 1999 retornou o crescimento, acima de 3%, mas caindo para 1,3% em 2001. Em 2002, cresceu acima de 2%. No entanto, já no primeiro ano do governo de Lula, em 2003, cravou 1,1%. De 2004 a 2008 experimentou taxas até acima de 5%. Porém, em 2009, cravou menos 0,3%. Em 2010, subiu 7,5%. Em breve recuperação, dadas as boas condições da economia mundial, à existência de grande capacidade ociosa e elevado desemprego, a média de crescimento do governo de Lula foi de 4% ao ano. Tais possibilidades parecem terem sido esgotadas. Por isso, o governo da presidente Dilma se deparou, em 2011, com o PIB se elevando em 2,7% e, em 2012, que se encerra, é esperado incremento menor até do que 1%.

Está claro de que a economia brasileira precisa de novos vetores que lhe conduzam ao crescimento sustentável. Vetores ligados à produtividade, que não se eleva há bastante tempo ou cresce inexpressivamente. Neste sentido, sem dúvida que é preciso criar condições para melhorar aceleradamente a educação e que as empresas busquem inovar com mais firmeza. Vetores efetivos de melhoria da infraestrutura, visto que o PAC está sendo insuficiente. Neste sentido, o governo venceu suas resistências e tem lentamente partido para a parceria público-privada. Vetores ligados ao ambiente geral de negócios, com as reformas estruturais e consequente redução dos entraves burocráticos, que coloquem o Brasil em melhor posição cada vez mais em competitividade. O caminho aí está sendo mostrado por países latino-americanos, tais como Chile, Peru, Colômbia, os quais vêm perseguindo taxas por volta de 6% ao ano e o consequente crescimento sustentável.





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