TAXA DE JUROS REAIS NEGATIVOS

A taxa básica de juros reais negativos acontece nos países desenvolvidos como forma de manter as aplicações dos investimentos notadamente produtivos. Ou seja, os investimentos são atraídos pelos lucros da produção, em face de perdas reais dos capitais se estiverem no sistema financeiro. Vale dizer que a taxa básica de juros nominal praticada é inferior à taxa inflacionária. Já nos países emergentes e subdesenvolvidos, mesmo com taxas básicas nominais altas, as taxas de inflação são inferiores a elas, principalmente como forma de atrair capitais estrangeiros. A história brasileira revela que os juros básicos, refletidos na taxa SELIC, sempre foram altos e maiores do que a inflação. Porém, a partir de 2017, após a grande recessão de 11 trimestres, do segundo trimestre de 2014 ao último trimestre de 2016, o País passou a reduzir bastante a taxa básica de juros, sendo recorde atrás de recorde, em uma política ortodoxa, conforme anunciado no primeiro parágrafo. Na reunião de ontem do Comitê de Política Econômica do Banco Central (COPOM) a taxa básica de juros reais se tornaram negativos, mediante redução da SELIC de 2,25% para 2,00% anuais, colocando o Brasil como um dos países do mundo com taxas básicas de juros reais negativas. Mas, isso não se deveu ao fato do país continuar indo para o grau de país desenvolvido. Pelo contrário, a economia brasileira, depois da grande recessão acima referida, não encontrou seu caminho anterior a 2014, estando praticamente estagnado de 2017 a 2019. Para defender-se da epidemia do novo coronavírus, o País adotou medidas fortemente recessivas e a perspectiva ortodoxa de procurar reativar a produção foi a de descer drasticamente a taxa básica de juros, de um patamar de 14,25% anuais, desde 2017, para agora 2% em meados de 2020. Dessa forma, tratou-se da nona redução seguida da SELIC desde 2017. A maior conseqüência financeira tem sido o deslocamento de milhares de investidores das aplicações em fundos de investimentos para negócios na bolsa de valores.

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