LONGO PERÍODO DE BAIXA DOS JUROS

A invenção da taxa de juros, ou seja, a remuneração pelo uso do dinheiro ou de ativo que possa converter-se nele foi e é a descoberta de um dos ícones dos contratos. Ademais, consagrou-se matematicamente como a variável independente da equação ou das equações do sistema econômico. Não sem motivo, os bancos centrais pelo mundo procuram acomodá-la, em termos de taxa básica do sistema da contabilidade nacional. Ou seja, para os liberais, a atuação de regulação da economia se dá mediante intervenção dos citados bancos na referida taxa. Vale dizer, controle da inflação, definição abstrata dos níveis de atividade produtiva, circulação da moeda, níveis das transações e decisões sobre investimentos. Agora mesmo, ontem, o banco central dos Estados Unidos (FED, sigla conhecida em inglês) pontuou que a sua taxa básica de juros poderá permanecer baixa por muito longo tempo. Juros baixos são menores atrações pelo dólar para investimentos. A decorrência imediatamente sentida nos mercados monetários foi de baixa do dólar perante outras moedas mundiais. Vale dizer, que os dólares aplicados pelo mundo não reingressarão com mais força para os Estados Unidos e procurarão mercados monetários de outros continentes, para maximizar seus lucros. No Brasil e no mundo o dia de ontem revelou isso. O dia 28 foi de queda do dólar em relação às principais moedas do planeta. O dólar cedeu 1,7% em relação ao peso mexicano; 1,5% contra a moeda da Nova Zelândia; 1,1% frente ao iene (do Japão), dentre outras. No caso brasileiro, o dólar comercial teve a maior queda em três meses. Encerrou o dia vendido a R$5,41, recuo de 2,93% no dia. Essa foi a maior queda desde 2 de junho, quando caiu 3,23%. A divisa está no valor menor desde 13 de agosto, quando tinha fechado a R$5,36. Mas, acumula alta de 3,98% em agosto. No ano, o dólar se elevou para 34,95%, do dia 1º de janeiro de 2020 para o dia 28 de agosto. Na bolsa brasileira a euforia continua perante a migração cada vez maior da renda fixa para a renda variável, devido a SELIC estar em 2% ao ano, somente com a perspectiva de longo prazo, no final de 2021, de voltar a 3%. Dessa maneira, a bolsa nacional fechou o dia 28 aos 102.143 pontos, subindo 1,51% no dia. A semana encerrada no dia 28 acumulou alta de 0,6% e o mês de agosto até dia 28 recua o Ibovespa em 0,75%. Assim os investidores domésticos estão migrando da renda fixa para o mercado de ações, malgrado o risco elevado que referido mercado oferece.

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