LIMITES ATUAIS DA CONSTRUÇÃO

Era de esperar-se que um aumento considerável da liquidez levasse às baixas taxas de juros, como de fato acontece. Por si só, elevação da liquidez é inflacionário. A questão é a dose. Porém, em caminho percorrido de janeiro até junho, a economia ingressou em recessão técnica, quando a oferta agregada é maior do que a demanda agregada e a inflação fica bem comportada. Não sem motivo tem sido aventado pela ruipe econômica, para que o governo federal cubra parte do seu grande déficit deste ano com emissões, além de usar o lucro do Banco Central em negócios com o dólar. O segmento empresarial da construção vinha, em um começo de ano, querendo acelerar no País. Porém, a débâcle da epidemia do covit-19 levou ao maior recuo econômico da história das estatísticas econômicas. De março até junho o desemprego foi em massa. Agora, justamente quando em julho o CAGED divulgou a criação líquida de 131 mil empregos, pensou-se que a construção iria se recuperar de forma mais rápida. Há juros baratos para financiamentos, crédito abundante e empresas prontas para o recomeço. Só que a demanda por imóveis não se aquece, por que permanece o medo da pandemia citada, da insegurança no vínculo empregatício e na prioridade que as famílias estão dando as formas de consumo de menor prazo de realização. Também na contramão está o desemprego aberto, visto que há cerca de 13 milhões de pessoas nessa situação, deixando amplo espaço para geração de novos empregos formais. Dessa maneira, há dinheiro sobrando para conceder financiamentos a juros mais favoráveis e a percepção das famílias para adquirir a casa própria. Entretanto, falta confiança dos trabalhadores na manutenção do emprego e renda, visto que os financiamentos em geral podem chegar até 35 anos, a depender da idade do mutuário, quando é preciso avaliar a sua capacidade de pagar as dívidas mensais. Para a coordenadora do índice da construção da Fundação Getúlio Vargas, Ana Maria Castelo, a perspectiva é de que o indicador para retração do PIB deste ano seja de 5,5% e para a construção civil de 4,1%. Quer dizer, o prejuízo enorme do primeiro semestre será recompensado parcialmente, pelo crescimento do segundo semestre, sendo maior para a construção civil, mas não retira o tremendo impacto do primeiro. Não sem motivo, o Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, tem anunciado que o governo lançará novas modalidades de incentivos para a construção, em substituição ao Programa Minha Casa Minha Vida, além de que estão próximos os dias para encerrar o anteprojeto do orçamento para 2021 (data limite 31 de agosto). Aguarda-se também, a partir do dia 25 deste próximo um amplo pacote de medidas, para viabilização a partir do próximo exercício fiscal.

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