30/08/2019 - TAXA DE INVESTIMENTO PRIVADO CRESCEU




O IBGE divulgou ontem o PIB do segundo trimestre deste ano, dois meses depois dele ter terminado. A demora fez com que se esperassem notícia ruim, devido às prévias trimestrais, divulgadas pelo Banco Central, sendo as prévias dos dois trimestres calculados por ele negativos, o que fez com que certos analistas econômicos rotulassem a situação do País, como em estado de recessão técnica. Mas, o que o IBGE apresentou foi o crescimento no segundo trimestre de 0,4%, perante – 0,1%, no primeiro trimestre, mediante principalmente crescimento do investimento privado, não obstante retração do investimento público, em razão do ajuste fiscal. Ademais, o resultado da arrecadação de julho também surpreendeu positivamente. Em comparação com o segundo trimestre de 2018 a alta do PIB do segundo trimestre foi de 1%. Nos próximos dias já há quem fale em reversão das expectativas para 2020, com bom crescimento, em razão da reforma da previdência social, da reforma tributária, do ambiente dos negócios, da liberação do PIS/PASEP, do FGTS, do estímulo ao crédito para a construção civil, dentre outros.

A equipe econômica informou que o resultado ora divulgado sugere que a estratégia de ajuste nas contas públicas está correta, quando o consumo do governo reduziu em 1% os seus gastos. Porém, há um longo caminho no sentido de reverter à baixa produtividade da economia dos últimos anos, não obstante as dificuldades do comércio internacional, perante barreiras impostas pelos Estados Unidos e pela China. Assim, no setor externo as importações subiram 1% e as exportações se reduziram em 1,6%. Mas, o saldo comercial externo ainda é bem elevado. Por sua vez, o agronegócio recuou 0,4%. O setor de serviços avançou 0,3%. A indústria se elevou em 0,7%. Com destaque para a indústria da construção civil que cresceu 2%, depois de 20 trimestres negativos. O consumo das famílias cresceu 0,3%, mas em ritmo lento, em relação aos três trimestres anteriores.  

Em resumo, o crescimento acumulado da economia está em 1%, reforçando que a perda do vigor está se arrefecendo. A perda da produtividade desde, pelo menos, 2014 torna a recuperação da economia de forma gradual. O PIB per capita ainda está abaixo em 8,8% ao de 2013. Isto devido à concentração de renda. Já o PIB total precisa crescer acima de 4,8%, para alcançar o nível daquele ano. A coisa mais a comemorar mesmo é a volta do crescimento do investimento privado, que se elevou de 3,2%, em relação ao primeiro trimestre, depois de muitos trimestres de maus desempenhos. Isto porque é o investimento que proporciona elevações produtivas do futuro.

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