13/08/2019 - PÂNICO NA ECONOMIA ARGENTINA




Na Argentina existe o instituto da reeleição. Lá, o presidente Maurício Macri, candidata-se e foi derrotado nas eleições primárias. As eleições definitivas serão em outubro. Por que isso provocou pânico na economia portenha? Primeiro porque o presidente, um liberal de formação, prometeu recuperá-la. Recorreu ao FMI e recebeu mais de US$50 bilhões de empréstimos para fechar balanços. Não entregou o que prometeu. Ou seja, o crescimento econômico com baixa inflação. Não tem conseguido. Com isso, o candidato da oposição Alberto Fernandez e a ex-presidente Cristina Kirchner, sua vice candidata, estão sendo vistos como virtuais ganhadores, por antecipação. Eles são a volta do populismo, que tanto tem fracassado por lá e com algum êxito como foi no início deste século, com o governo do marido de Cristina. Segundo porque a bolsa de valores ingressou em parafuso e o índice Merval caiu 38%. Por seu turno, a moeda argentina frente ao dólar recuou mais de 15% ontem. O Banco Central elevou a taxa de juros em 10%, para 74% ao ano, com o fito de conter a saída de dólares. A inflação está na casa de 60% anuais.

Brasil e Argentina têm um comércio muito forte. O fracasso de lá se irradiou para certos segmentos empresariais brasileiros, principalmente na indústria manufatureira. Porém, os fundamentos econômicos daqui estão sólidos, restando à concretização das reformas estruturais, para a economia nacional deslanchar. Mesmo assim, a bolsa de valores brasileira caiu 2%. O dólar comercial chegou aos R$4,00. O risco de financiamentos do Brasil subiu. Os efeitos aqui foram de sustos. Porém, o Brasil tem mais de US$370 bilhões de reservas internacionais e a Argentina está em dificuldades, dependendo do FMI. Sem dúvida, os efeitos do comércio poderão ser reduzidos pelo avanço nacional, em novos acordos comerciais, que o País vem perseguindo.

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