24/08/2019 - GUERRA COMERCIAL SE ACIRRA




Ao enunciar dez princípios de economia, N. Gregory Mankiw, em seu livro de Introdução à Economia, no capítulo 1, p. 17, na tabela 1, “Como as pessoas interagem: 5. O comércio pode ser bom pra todos”. Essa verdade é bem clara e os economistas defensores do livre comércio demonstram que o comércio em muito contribuiu e contribui para o progresso da humanidade. Entretanto, surgiram no mundo países protecionistas, que visam proteger seus mercados, colocando tarifas nas importações. Elas encarecem os produtos vindos de fora e favorecem as compras da economia doméstica. De alguma forma todos os países mundiais exercem proteção do seu mercado interno. Depois da segunda guerra mundial, nos anos de 1940, surgiu a Organização Mundial do Comércio, para resolver os conflitos das trocas internacionais. Mesmo assim, os países fazem acordos por blocos, tais como Nafta, União Europeia, Opep, Mercosul,, ou adotam também acordos bilaterais.

Desde o ano passado, assiste-se uma guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais, Estados Unidos e China, esta com 13% do PIB global e aquela com mais de 20%. Claro, tributos dificultam o progresso global.

Nesta semana, a China anunciou que elevará em mais 10%, o que já está em 20%, as suas importações americanas de US$75 bilhões, a partir de 1º de setembro. O governo americano reagiu e informou que também elevará de 25% para 30% as tarifas de suas importações da China de US$250 bilhões, a partir de 1º de outubro.  

No Brasil, a implicação maior fora a de o dólar alcançar R$4,12, a maior cotação desde setembro de 2018. Isso servirá para incentivar as exportações brasileiras, mas encarecerá os produtos importados. O saldo final não será bom para o País, visto que, embora tenha superávit há muitos anos na balança comercial, sempre o Brasil foi deficiente na balança de serviços, onde estão contabilizados os juros da dívida externa, mais itens de serviços, tais como seguros, fretes, aluguéis, remessa de lucros, dentre outros itens, englobando tudo em déficits seculares de serviços. A soma da balança comercial com a balança de serviços fecha o balanço de transações correntes, resultado também secular de déficits, razão pela qual o Brasil sempre foi tomador de empréstimos externos, para fechar o saldo do balanço geral de pagamentos.

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