02/08/2019 - JUROS REAIS DA ECONOMIA ATUAL




A taxa de juros é a remuneração do dinheiro, do capital, do empréstimo, sobre o aluguel, sobre negócios futuros. Enfim, trata-se de um dos fundamentos da economia. Há dois dias o Banco Central reduziu a taxa básica de juros de 6,5% para 6% anuais e anunciou tendência de baixa nas próximas reuniões do seu Comitê de Política Econômica. O investimento financeiro é função da taxa de juros. Se ela baixa, o dinheiro irá para a produção ou para bolsa de valores. Este é o raciocínio lógico, do mundo capitalista desenvolvido, onde as taxas de juros estão entre 1% a 2% ao ano, em termos nominais. Considerando a inflação, em certos países a taxa de juros real (1+r = 1+I/1+i, onde r é taxa real de juros; I é a inflação; i é a taxa nominal de juros) é negativa. Ou seja, os aplicadores financeiros não fazem como em outros países, como o Brasil, vivem como rentistas. Naqueles países, os aplicadores financeiros investem suas economias em bolsa de valores. Ocorre, entretanto, que os países desenvolvidos possuem fundamentos econômicos sólidos e em favor do capital. Veja-se só o caso dos Estados Unidos. O atual presidente é um grande capitalista. Lá, ele baixou, por exemplo, a alíquota do imposto de renda das empresas de 35% para 21%. A economia americana disparou e cresce por volta de 3% anuais. Muito, provavelmente, pré-candidato a reeleição, poderá ser reeleito.

No Brasil, a medida de redução dos juros básicos é incerta para retomada do crescimento. Isto porque faltam as reformas estruturais. Os aplicadores financeiros podem até ir para a bolsa. Entretanto, muitos ainda ficam aplicados em títulos públicos de longo prazo ou na jogatina dos fundos de ativos dos bancos. Aqui, as empresas da bolsa de valores se dividem em três grandes grupos: 30% são produtoras do mercado doméstico; 30% são produtoras de commodities, em destaque a Vale e a Petrobras; 30% são ações de bancos; 10% outros são pulverizados.

Face ao exposto, quando a taxa básica de juros deixada pelo governo Dilma, em 2016, era de 14,25%, a taxa real de juros era de 8,76%. Agora está em 2,24%. Ainda, assim, positiva. Numa economia crescendo menos de 1%, perto da estagnação, não consegue afugentar a maioria do mercado financeiro, que ainda fica nessa taxa.

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