12/08/2019 - RECESSÃO TÉCNICA




Os economistas costumam se referir a uma recessão técnica quando ocorreram dois trimestres de queda do PIB. Foi o que aconteceu, segundo o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), que foi de – 0,2% no primeiro e de – 0,13% no segundo trimestre de 2019. O IBC-Br é considerado uma prévia do PIB calculado para todo Brasil pelo IBGE. Os dados coletados pelo IBGE são estimativas para todo o País, enquanto os do Banco Central (BC) são de estatísticas, a partir do sistema financeiro, em amostras bem menores da atividade produtiva. Trata-se de uma contração do nível de atividade desde a última no último trimestre de 2016, quando se encerrou a longa recessão de 11 trimestres consecutivos, a partir do segundo trimestre de 2014. Ocorre que no ano de 2018 houve crescimento da economia, de 1,1%. Se tomado o ano de julho de 2018 a junho de 2019, o indicador é positivo, visto que os dados agora divulgados pelo BC são bem diminutos, embora negativos. O fato é que o mercado financeiro vem projetando um incremento do PIB de 0,8% neste ano. Além do mais, as notícias de que a reforma da Previdência será aprovada neste ano; de que a reforma da liberdade econômica tem chances de ser aprovada neste mês e de que a proposta da reforma tributária tem chance de ser aprovada também neste exercício, fazem os analistas financeiros acreditarem que o resultado do PIB pra este ano será ligeiramente positivo.

A fraqueza da atividade econômica está fazendo com que o mercado financeiro projete ainda mais reduções na taxa SELIC, que foi reduzida para 6%, alcançando 5% no final do ano. Ou seja, continuará o BC apostando na ortodoxia de que a queda na taxa básica de juros irá alavancar a atividade econômica. Uma coisa é certa: os juros básicos caindo reduzem o pagamento de juros pelo governo e, consequentemente, o déficit nominal. Isto é, menor aperto financeiro da gestão do País.

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