15/08/2019 - SINAIS DE RECESSÃO GLOBAL
A economia é cíclica, alternando-se em ciclos de crescimento
e em ciclos de recessão. No vale do gráfico é estagnação; na alta gráfica é o
ápice. No primeiro se prepara para subir; no segundo, para descer. Evidentemente,
o bom seria sempre crescer, mas, não se pode sempre ser assim. No globo,
indicadores de desaceleração divulgados ontem na China e na Alemanha levaram ao
pânico no mercado financeiro, pelo motivo de que começaram os sinais de uma recessão
mundial se aproximando. No maior centro financeiro do planeta, Nova York, as
bolsas de valores recuaram 3%; na Europa, 2%; no Brasil a bolsa caiu também 3%,
mostrando quanto reflexivo é o País.
O primeiro sinal foi o da China, divulgando que a sua
produção industrial cresceu 4,8%, em julho, a menor alta em 17 anos. O segundo
sinal na Europa se deu com anúncio na maior economia de lá, a Alemanha, que
divulgou que seu PIB recuou 0,1% no segundo trimestre.
Quando os capitais saem da bolsa de valores, eles podem ser
ancorados em títulos públicos. Em tese, as empresas que colocam ações em bolsa,
podem adiar ou reduzir seus planos de expansão. Assim, pela primeira vez, desde
2009, os títulos do mercado financeiro nos Estados Unidos, para dois anos,
ofertaram taxas de juros maiores do que para dez anos. Este sinal é de que pode
vir uma cascata de aplicações financeiras, em detrimento das aplicações
produtivas. O nome disso é processo econômico declinante, que pode ser levado à
recessão.
No Brasil, também pela primeira vez, desde 2009, o Banco
Central (BC) venderá dólares à vista das reservas internacionais, hoje
calculadas em US$388 bilhões. O anúncio de ontem é de que o BC venderá US$550 milhões
por dia, no total de R$3,845 bilhões, entre os dias 21 a 29 de agosto, visando
conter a volatilidade cambial. Isto porque o dólar comercial fechou ontem a R$4,04,
com tendência de alta, maior elevação desde 27 de março deste ano.
Há dez anos, em momentos de alta da moeda americana, o BC vinha
leiloando contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda de
dólares no mercado futuro. Operações feitas em moeda nacional, não afetavam as
reservas internacionais, mas tinham impacto na posição cambial do BC e elevavam
os juros da dívida pública.
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