27/08/2019 - RECAÍDA DOS MERCADOS
O dia de ontem demonstrou pessimismo nos mercados. O assunto
mais em tela tem sido o presidente Jair Bolsonaro se atritando com o presidente
francês, Emmanuel Macron, tendo como pivô a questão das queimadas na Amazônia.
O fato foi extrapolado para a reunião europeia do grupo dos G-7. Macron
defendeu a criação de um Estatuto Internacional para a Amazônia. A França e
demais países do G-7 prometeram uma ajuda financeira substancial para combater
as queimadas. Bolsonaro vê que o G-7 continua a tratar o Brasil como se fosse
Colônia. Antes já houve a briga de Bolsonaro com a divulgação do INPE de
incêndios, sem seu conhecimento prévio, levou a que a ajuda da Noruega e da Alemanha
fossem suspensas, atingindo a falta de recursos para ONGs. O fato é que o
presidente fez e faz crescer reações fortes com um problema que é cerca da
metade do que houve com as queimadas no governo de Lula em 2005. A falta de
habilidade e de melhor tratamento das questões nacionais e internacionais tem
inibido maior confiança dos investidores na economia brasileira.
A semana começou com mau humor na economia, pela divulgação
de pesquisa da CNT/MDA, demonstrando a insatisfação que cresce da população com
o presidente, por criar casos como este do meio ambiente acima. A desaprovação
do seu governo foi revelada por 39,5% dos entrevistados. Há seis meses eram 19%.
Já 53,7% dos pesquisados reprovam o desempenho presidencial, quando há seis
meses eram 28,2%. Afirmaram 31,7% que já sentiram melhoras no País desde a
posse do novo governo; 33,9% disseram que o atual governo está igual aos
anteriores; 30,3% perceberam pioras. Apontaram o combate à corrupção como área
de melhor atuação do governo 31,3%. Segurança é a segunda área de melhor
desempenho com 20,8%. Já a Saúde foi a área pior avaliada com 30,6%; segue-lhe
a proteção ao meio ambiente com 26,5%.
O boletim Focus prevê PIB menor, recuando de 0,83% para
0,80%. A bolsa de valores continua mostrando muita cautela com investidores
buscando defesa na compra de dólares ou preferindo realizar lucros na venda de
ações. Recuou ontem 1,27%, fechando aos 96 mil pontos. O dólar subiu para
R$4,13, em alta de 10% em cerca de um mês, renovando desempenho que fora
atingido em setembro de 2018.
Os ventos da guerra comercial entre Estados Unidos e China
trazem presságios de desaquecimento da economia mundial e há até aqueles
apontam como novo ingresso em recessão global.
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