06/09/2019 - RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA OEC E ATVOS
Os braços da Organização Odebrecht, chamados de OEC e de Atvos, ingressaram
como parte de um conjunto de empresas da organização (muitas também ficaram
fora da concordata, tal como a Braskem), grupo global que já chegou a ter 300
firmas, na maior recuperação judicial no País, calculada em cerca de aproximadamente
R$100 bilhões. Recorde-se aqui que, há cinco anos, a operação Lava Jato
identificou o cartel das construtoras, cuja liderança era da Odebrecht. Recorde-se
também que, do período de 2005 a 2014, o grupo Odebrecht cresceu 10 vezes,
tornando-se o maior conglomerado do Brasil. Isto não foi de graça. A
empreiteira ingressou de braços dados com os governos do PT, no processo de corrupção
sistêmica. Claro, a organização cresceu, desde os anos de 1940, praticando em
certas obras públicas de esquemas de corrupção. Mas, nunca no grau em que se
envolveu, desde 2005, de uma forma m geral. De construção civil à produção rural, de mineração à indústria
petroquímica, da produção de cachaça aos restaurantes, além de outros ramos. O
desmonte da referida organização, inclusive, mais das mais de dez grandes empreiteiras,
em muito contribuíram para a crise econômica que ainda passa o País. Ou seja,
no período de 2014 a 2016, a renda per capita recuou por volta de 10% e se
recuperou muito está em torno de 3%.
A proposta de recuperação judicial aos credores, da Atvos,
braço de açúcar e álcool da Odebrecht, compreende pagamento de R$5 bilhões,
correspondente a 40% da dívida bancária de R$12,5 bilhões, num prazo de 15
anos, com três de carência. Os R$6,5 bilhões serão transformados em ações de
empresa controladora da Atvos, a ser criada, que pagará 70% de dividendos aos
bancos e 30% à Odebrecht. Se forem obtidos prejuízos, os bancos do Brasil,
BNDES, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú e Santander nada receberão. A engenharia
financeira a ser examinada poderá mudar, mas fica claro que a recuperação da
Atvos exigirá também esforços da representação dos bancos, na gestão da empresa
com o fito de obter lucros.
A proposta, já aceita, da OEC, braço de construção civil internacional
do conglomerado, é de pagar 55% do débito bancário, de R$12 bilhões. A
liderança das negociações se deu com o banco dos Rothschild.
Enfim, por volta de 25% da dívida consolidada já está em
curso. A Organização Odebrecht de 2019 está menor do que aquela anterior a
2005.
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