19/08/2019 - CERCA DE UM QUARTO DE DESPROTEGIDOS




Cerca de um quarto dos brasileiros estão desprotegidos de emprego formal ou de previdência social, conforme o sociólogo José Pastore, especialista em economia do trabalho, professor da Universidade São Paulo, com mais de 30 livros publicados, na entrevista de segunda feira, do jornal Folha de São Paulo. Ele defende a tese de que o trabalho flexível cresce no mundo em ritmo acelerado. Nos países desenvolvidos ele verificou a existência de co-participação, na qual o trabalhador paga parte dos custos com o fundo de pensão, em sociedade com a empresa. Segundo ele: “Precisamos encontrar proteção nova para o trabalho. A proteção tradicional está atrelada ao emprego. Quem trabalha sem emprego tem que ter a proteção atrelada a si próprio”.  Para Pastore, todo mundo adoece, envelhece e morre. Ele ainda afirma claramente que: “Nosso mercado de seguros e previdência ainda não despertou para o fato de que 50% da população economicamente ativa está na informalidade. As empresas precisam oferecer produtos a todas as faixas de renda”.

Quando se refere a 50% da população economicamente ativa, Pastore está falando em cerca de 50 milhões de brasileiros. Cita que a flexibilização trabalhista no Brasil começou com a reforma trabalhista de 2017 e com a medida provisória da liberdade econômica.

Um dos recursos que os trabalhadores vêm utilizando é o uso dos cartões de crédito, seja próprio, seja emprestado, conforme a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS). Os brasileiros movimentaram R$416 bilhões com cartões no segundo trimestre, sendo R$260 bilhões (18%) com cartões de crédito, R$153 bilhões (15%) com cartões de débito e R$3,5 bilhões com cartões pré-pagos. Este recurso só piora a situação da força de trabalho desempregada ou subempregada, que terá que pagar um dia referidos cartões.  

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