08/08/2018 - LEI DO TETO DOS GASTOS SÓ UMA PARTE DO BOLO
A lei do teto dos gastos governamentais foi realizada pela
Emenda Constitucional 95, publicada em 15-12-2016. Convém notar que a
Constituição de 1988 fará em outubro vindouro 30 anos e recebeu 95 emendas
constitucionais, as quais foram aprovadas com 2/3 dos votos dos congressistas.
Uma façanha para qualquer governo esta, a de obter consenso para aprovação, com
396 dos 594 congressistas, sendo os conjuntos de 513 deputados federais e 81
senadores. A lei começou em 2017, vigorará por 20 anos e será rigorosamente
acompanhada. Ela terá de ser obedecida por Michel Temer. Uma prova disso é que
caíram os gastos de forma acentuada. Ao ponto de saber-se que, no exercício do
seu mandato o Brasil retornou ao Mapa da Pobreza da ONU, quando mais de 5% da
população não percebem nem dois dólares por dia. Mas, não gastou só por ele.
Gastou por que cerca de 90% do orçamento público são de cláusulas pétreas
aquelas que são obrigatórias para cumprir. Gastou porque a ex-presidente Dilma
lhe legou um fluxo de caixa com profundo déficit primário, economia em forte
recessão e a arrecadação mais comprimida ainda. Sem contar que, em abril de
2017, Temer perdeu forças ao ser envolvido no escândalo do grupo JBS e suposto
recebimento de benefícios em obras do Porto de Santos, pela cadeia de logística
com transportes Rodrimar, formada por cinco empresas, que atuam dede 1944. As
investigações estão em curso, mas Temer somente poderá ser responsabilizado no
ano que vem, quando deixar o cargo. O presidente provavelmente também não
desrespeitou a lei, para também não responder por mais esse processo. Temer
ainda deixou de realizar a reforma da Previdência, o que não lhe deu condições
de reduzir o déficit fiscal, em direção ao superávit anterior ao de 2014. O
fato é que, os gastos públicos se contraíram muito, principalmente na área de
investimentos em infraestrutura e gastos sociais, áreas que não possuem
cláusulas pétreas. Ontem, no 28º Congresso da Federação Nacional de Veículos
Automotores, em São Paulo, Temer afirmou que o próximo presidente a ser eleito
terá de concluir as reformas, que não foram finalizadas em seu governo, como a
reforma da Previdência Social.
Não obstante o exposto, as reformas do lado das receitas fiscais
exigirão nova malha de tributos desburocratizada, assim como do lado dos gastos
públicos, eles terão que ser alvos de uma reengenharia, se se quiser alcançar
superávit primário, perdido desde 2016, em montante já superior a R$500
bilhões.
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