22/08/2018 - NERVOSISMO DE MERCADO




A primeira pesquisa do Instituto Datafolha, após a inscrição de 13 candidatos à presidência da República, deixou ontem o mercado muito nervoso, dado que o candidato Lula, ex-presidente do período 2003 a 2010, mesmo preso por corrupção, está em primeiríssimo lugar, nas intenções de voto, tendo 39% delas.  O dólar comercial ontem subiu 2%, em sexta alta consecutiva, alcançando mais de R$4,00, que foi a marca de fevereiro de 2016, quando estava iminente o afastamento da presidente Dilma e a assunção de Michel Temer, ao cargo máximo do País. No mercado paralelo o dólar ultrapassou R$4,20. A bolsa de valores recuou 1,5%, atingindo a menor pontuação em seis semanas. O Datafolha ouviu 8.433 pessoas, em 313 municípios, nos dias 20 e 21 de agosto, ontem e anteontem. A pesquisa foi uma parceria da Folha e da TV Globo, dois mais influentes órgãos de comunicação do Brasil. Em cenário sem Lula, Jair Bolsonaro alcança 22%, continuando na frente dos demais candidatos. Com Lula na frente, Bolsonaro cai para segundo com 19% das intenções de voto. Em teatro sem Lula, Marina Silva vai para 16%, Ciro Gomes para 10% e Geraldo Alckmin para 19%. Fernando Haddad não receberia a transferência imaginada de votos que seriam de Lula e pontua com 4%. Os demais candidatos têm intenções inexpressivas de voto. Dentre eles, o mais rico deles João Amoedo, e o segundo, em riqueza, Henrique Meirelles, não decolaram.

O que é que o mercado percebeu? Quando se fala em mercado se fala em investidores. Em capitalistas. Lula preso, não tem a confiança do que teve, em 2002, quando fez a Carta aos Brasileiros, prometendo respeitar contratos, sendo eleito por dois mandatos, por ter cumprido o prometido. No entanto, ao permitir a corrupção sistêmica e ter colocado em seu lugar Dilma Rousseff, que detonou o que ele teria realizado, juntamente com FHC, isto é, estabelecendo as bases de crescimento econômico, o chamado tripé da economia, deixaram ambos do PT, o Brasil na maior recessão da história, em três anos consecutivos (2014-2016). De 2016 para cá, tem-se tentado fazer as reformas estruturais e pouco Michel Temer fez, para sair do quadro alarmante referido. Lula agora não se compromete com as citadas reformas e amedronta mais uma vez o mercado. Jair Bolsonaro tem ideias estapafúrdias e contraditórias. Em sete mandatos como deputados federal (quase 28 anos), não se conhece anteprojeto de lei feito por ele para melhorar o País. Marina Silva tem pouca confiança. Ciro Gomes confunde o mercado. O candidato da coalizão no poder, Geraldo Alckmin, ainda tem baixas intenções de voto, sendo aguardado o seu desempenho na propaganda de rádio e TV, mas o mercado se recorda do fracasso que foi nas eleições de 2006, quando, no segundo turno, teve menos votos do que no primeiro turno. Outros candidatos de relativa confiança do mercado, João Amoedo e Henrique Meirelles, não decolaram e o mercado não está acreditando que o façam. Daí, o grande nervosismo que se apoderou dele. Portanto, aguarda-se, proximamente, 35 dias de fortes campanhas eleitorais, quando o quadro poderá ficar mais claro.


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