17/08/2018 - AGOSTO MÊS DO DESGOSTO




Um dito popular se refere a que “agosto é o mês do desgosto”. Duas breves notas desgastantes para o citado mês. Getúlio Vargas se suicidou em 1954, quando era e até hoje é um dos mais queridos pelo povo, provocou grande comoção social. Jânio Quadros renunciou, depois de poucos meses de assumir um governo em que foi aclamado pelo povo, em 1961. Ademais, em todo ano, o mês de agosto encerra a proposta orçamentária governamental do ano vindouro. Aí se têm os desgostos financeiros. O que se incluir ou não até o dia 31 agosto como despesas extraordinárias, sem contar que faltam verbas para investimento em infraestrutura, para a saúde, para a educação, para a segurança e até para pagar os juros da dívida, que, como é sabido, parte dela vem há séculos sendo rolada. Cogita-se incluir na peça orçamentária o esqueleto de R$250 bilhões relativos às contribuições sociais para a União, que foram recolhidas a mais, na medida em que os valores dos ICMS a serem exercidos em 11 anos estiveram na base de tributação do PIS/COFINS. Cogita-se também incluir na referida peça o socorro aos Estados, de R$90 bilhões e de R$60 bilhões aos municípios. Incluir-se também reajustes dos funcionários públicos no valor de R$42 bilhões. Somar-se aos gastos federais R$290 bilhões relativos aos déficits do INSS e da Previdência dos servidores federais, previstos para 2019. Parece que os planejadores da União cogitam gastos a mais de R$732 bilhões. Um orçamento assim, ainda não fechado, faz investidores e consumidores não acreditar no governo central. Depois de fechado em 31 de agosto será debatido pelos congressistas, que têm de aprová-lo até 31 de dezembro, para ir à sanção presidencial.

Não sem motivo, o IBGE divulgou ontem que a taxa de desalento é recorde de 4,4%, desde que a pesquisa foi criada em 2012, da População Economicamente Ativa (PEA), um contingente de quase 5 milhões de pessoas, que desistiram de procurar emprego ou não acreditaram que iriam encontrar, conforme resultados da PNAD-Contínua, encerrando o primeiro semestre de 2018. Já em desemprego aberto, estiveram 27,6 milhões de cidadãos. Neste número foram incluídos mais de 4,8 milhões de desalentados e 6,5 milhões de pessoas trabalhando um número inferior de horas à carga normal de trabalho. A taxa de desempregados assim composta, portanto, foi de 24,6% da PEA.


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