25/08/2018 - INSTABILIDADE ECONÔMICA LEVA DÓLAR AO ALTO




Muitas altas seguidas do dólar faltando um pouco mais de trinta dias para as eleições. Por que isto? Dois movimentos são sentidos. Um, pela saída de dinheiro estrangeiro aqui investido; outro, por que os rentistas fazem hedge com o dólar. Os candidatos à presidente da República não têm sido firmes em seus planos de governo, conforme é obrigatória a proposta, para o candidato inscrever-se no Tribunal Superior Eleitoral, visando as eleições do dia 7 de outubro. Os candidatos temem não ser eleitos se falarem a verdade. O último que provocou estelionato eleitoral, Dilma Rousseff, em 2014, foi retirada da presidência em 2016. Ou guardam as suas surpresas para depois de estar no poder. Em 2002, o receio dos agentes econômicos de que Lula cumprisse a agenda do PT no governo fizeram o dólar ultrapassar R$4,00. Lula prometeu obedecer contratos e não realizou o programa do PT, o dólar recuou para menos de R$2,00. Agora, devido aos candidatos que estão na frente das pesquisas não serem os escolhidos pelos mercados, o dólar disparou, passando de R$4,12, o comercial, chegando a R$4,30, o paralelo. Foram cinco dias de alta, arrefecendo ontem. Porém, os analistas financeiros acreditam que ficará o dólar comercial acima de R$4,00 até os próximos dias, quando se iniciará a campanha eleitoral pela TV. O candidato do mercado, Geraldo Alckmin tem 44% do tempo, em razão das suas coligações políticas. Melhor dizendo seria as suas coalizões políticas.

O mercado financeiro antevê que a cotação de anteontem, a maior depois de janeiro de 2016, auge do provável afastamento de Dilma, a manter-se ou continuar ascendendo, a inflação poderá recrudescer e, fatalmente, o Banco Central poderá elevar a SELIC na sua próxima reunião.

Se o efeito televisão de Alckmin levá-lo a acreditar-se em seu segundo turno, os investidores acenarão que retirarão da gaveta seus projetos. Alckmin tem declarado que atacará pesado na infraestrutura.

Qualquer que seja o presidente a ser eleito em 07 de outubro, ele terá o maior problema nas suas finanças públicas. Terá que ver o gasto público tem sido voraz, isto é, cresce desde os anos de 1990 acima do incremento do PIB. Dessa maneira, conforme Pedro Malan, em entrevista à Folha de hoje, o gasto público subiu de 11% em 1991 para 20% em 2016. Além do mais a dívida publica está se avizinhando de 80% do PIB. Novo governo terá de voltar a obter superávits primários, seja na forma de elevação de tributos, altamente indesejável, seja de reestruturá-la, seja através de um calote. Neste último caso o País seguiria caminho parecido com o desatino do governo Sarney, em 1987, quando declarou a moratória da dívida pública. O Brasil ingressou então em um mundo muito pior.

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