25/07/2018 - DESPERDÍCIOS EM PROGRAMAS FEDERAIS
No domingo, dia 23, passado, a
Folha de São Paulo estampa que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
coordenou pesquisa na qual foram identificados 20 programas de subsídios
governamentais, desde o início do governo de Lula, sendo que 4 deles não
trouxeram retornos, não tiveram efeitos sociais dignos de nota, isto é, sem que
os objetivos fossem alcançados, tendo sido gastos ou desperdiçados neles R$173
bilhões. O valor em referência é superior ao déficit primário de R$124 bilhões
de 2017 e também maior do que o déficit primário previsto de R$159 bilhões para
2018. Citado valor veio sendo escondido nas contas públicas, detonando a
incompetência em gastos bilionários. Esta é a primeira vez que um órgão do
governo central reconhece a incompetência em tela. Inclusive, o IPEA, que foi criado
em 1967, sempre foi linha auxiliar do governo e sempre desenvolveu políticas
públicas de defesa da União, estando esta certa ou não, tal como encobriu
muitos erros da ditadura.
Os quatro programas identificados
foram: o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES; o Profrota
Pesqueira; a desoneração da folha de pagamentos das empresas selecionadas; o
Programa de um Computador por Aluno. Por partes. O PSI foi criado em 2009 e se
encerrou em 2016. Financiou investimentos fixos a juros subsidiados, isto é,
menores do que os custos de captação do BNDES. “Torrou” R$54,5 bilhões. Não
gerou empregos adicionais significativos. Só beneficiando empresas que poderiam
tomar empréstimos no mercado financeiro, mas “mamou” nas tetas do governo e
usou tais recursos no mercado financeiro, ganhando pelos diferenciais de taxas.
O Profrota Pesqueira, criado em 2004, usou R$12 bilhões do Fundo da Marinha
Mercante e não conseguiu renovar a frota de pescas. O Programa de um Computador
por Aluno foi lançado em 2010, muitas escolas sequer tinham energia elétrica
para funcionar os computadores, em outras, sequer tinha especialistas em uso de
tais máquinas, foram desperdiçados R$43 milhões. Por fim, o mais caro programa,
o da desoneração da folha de pagamentos, que substituiu a contribuição patronal
à Previdência por uma taxa no faturamento empresarial, desperdiçou R$106,5
bilhões, lançado em 2012, com fim previsto em 2021, não foi capaz também de
gerar empregos adicionais significativos, conforme expectativas do governo da
União.
Em suma, a avaliação do IPEA é de
que, em 20 programas selecionados, os quatro acima não surtiram os efeitos
desejados. Como conclusão os recursos foram mal gastos, desperdiçados em sua
grande maioria.
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