21/07/2018 - RECUPERAÇÃO DEMORADA




A ciência econômica se verifica com suas leis. Seja ela da demanda, da oferta, do mercado, dos incentivos, das economias de escala, dos rendimentos decrescentes, da divisão do trabalho, da especialização do trabalho, da concentração de capitais, da centralização dos capitais, dentre muita outras. Aqui se vai tratar da lei do ciclo econômico. Ascensão, pico, queda, planície, buraco, recuperação e crescimento.

Para Samuel Pessôa, físico, economista pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas, colunista quinzenal da Folha de São Paulo, a retomada da economia brasileira está sendo a maior em cem anos. Registra ele os cinco mis graves episódios, em razão da sua duração e em ordem cronológica. (1) Fim da Pax Britânica, em 1914, passou-se 3 anos para a recuperação; (2) Grande Depressão, 1929, 5 anos; (3) Crise da Dívida Externa, 1981, 6 anos; (4) Crise da Hiperinflação, 1990, 6 anos; (5) Crise do Petismo, 2014, 9 anos (parte em projeção).

Por partes. Em 1914 houve a Revolução Russa e a Primeira Guerra Mundial. Os Estados Unidos se tornaram a nação líder mundial. Ganhou muito dinheiro vendendo armas para os dois lados da referida guerra. O Brasil era dominado pelos barões da agropecuária, principalmente café e gado. A economia doméstica se defendeu e saiu da crise em 3 anos. Em 1929, os Estados Unidos ingressaram em uma superprodução e a exportou para todo o mundo, que veio a sofrer a maior crise do capitalismo. O Brasil se defendeu queimando café e se baseando em sua economia doméstica. Como foi a maior Depressão já registrada, levou o País 5 anos para restabelecer-se. Em 1981, os choques do petróleo de 1973 e 1979, arrombaram os cofres públicos, que se envolveram em espiral da dívida externa à taxas de juros flutuantes. Os Estados Unidos chamaram para dentro do seu território os petrodólares. O País levou 6 anos para restabelecer-se. Em 1990, no quarto congelamento de preços e salários de caráter geral (houve ainda o quinto em 1991), a super inflação teria que ser debelada pelo Plano Real (1994). O País passou 6 anos em recuperação. Em 2014, ao abrir a caixa de Pandora da gestão petista, de Lula (8 anos) e Dilma (5 anos) saíram os demônios da irresponsabilidade fiscal, que culminaram no afastamento do Dilma, na incompetência de Temer em debelar os déficits primários e que, provavelmente persistirão no próximo governo. Uma temeridade. Mas, Samuel acredita que demorará 9 anos.

Em tudo e por tudo, o Brasil cresce, evolui em escala bastante ascendente, mas quando cai no buraco, esteve e está cada mais precisando de muito anos para restabelecer-se. Os preços estão sendo muito altos.

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