22/08/2018 - INCÔMODO INFLACIONÁRIO
A prévia da inflação oficial é a maior para julho desde 2004.
Ela é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15),
que registrou a maior taxa para o mês de julho desde 2004, apesar da aceleração
de 1,11% em junho, para 0,64% em julho. O resultado foi impactado pelos preços
de produtos como leite, frango, arroz e carne, além de transportes e habitação.
No acumulado desde o início do ano, o avanço é de 3%. Já no acumulado dos
últimos 12 meses, o índice acelerou para 4,53%. Está conforme o centro da meta
de 4,5%, mas já se insinua para o viés de alta de 1,5%. A paralisação dos
caminhoneiros de maio tem tido repercussões até agora. Bebidas e alimentos
subiram 0,61%; leite longa vida subiu 18,30%; o frango em pedaços, 4,11%;
frango inteiro, 6,69%; arroz, 3,15% e, a carne, 1,10% nos 15 dias, conforme
coleta de dados pelo IBGE. Os cálculos têm como base famílias com rendimentos
de 1 a 40 salários mínimos de regiões metropolitanas das principais capitais do
País. As estatísticas são instrumentos de política econômica e servem para
manter a taxa básica de juros baixa, até agora. Porém, se a inflação
recrudescer, provavelmente a taxa SELIC não irá mais baixar, visto que é a
menor referência histórica. No seu nível atual já está afastando capitais dos
fundos de pensão, que estão voltando para os Estados Unidos. Por outro lado, a
fraca demanda agregada não permite que a inflação se eleve a níveis mais altos.
As famílias têm uma impressão de que a inflação é maior, haja
vista que a inflação dos preços administrados pelo governo, estatais e agências
reguladoras, já está em 11,8%, até 15 de julho. Os combustíveis saltaram em
28,49% e a energia elétrica residencial em 18,9%. Entretanto, tais reajustes
administrados estão corrigindo represas feitas em anos anteriores e o
alinhamento de preços nacionais com internacionais do petróleo, cujo barril
subiu muito ultimamente.
Segundo ainda o IBGE, a prévia da inflação oficial
desacelerará em julho, após o repique dos preços em junho. O governo projetou
um avanço da inflação, que vinha em torno de 3,4%, para 4,2% neste ano, ao
tempo em que reduziu a previsão do PIB, de 2,5% para 1,6%.
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