05/07/2018 - REFLEXOS DOS ONZE DIAS DE MAIO




A greve dos caminhoneiros de onze dias de maio, que começou no dia 21 e resvalou para junho, foi captada pelo radar econômico, começando a aparecer nas estatísticas agora. Os resultados da produção industrial, conforme o IBGE foi o pior resultado em dez anos. Reporta-se o IBGE ao período da crise financeira do mesmo período de 2008, que ficou como a segunda maior crise capitalista, desde a Grande Depressão de 1929. Se no início do ano a estimativa era de que se teria um crescimento do PIB de 3%, em razão dos acontecimentos de maio já há economistas prevendo um incremento do PIB de 2018 de somente 0,8%.

A produção industrial em maio recuou 10,9%, em relação a abril. Pior resultado desde dezembro de 2008, em plena recessão, quando o PIB industrial daquele mês recuou 11,2%. A produção industrial voltou ao nível de quase 15 anos atrás e a  - 23,8% do pico atingido em maio de 2011. A greve desorganizou a produção da indústria por causa da logística com distribuição. Muitos segmentos deixaram de receber a maioria de seus insumos em maio. O pior caso foi o da indústria automobilística com recuo de 29,8%. Seguiram-lhe bebidas com decréscimo de 18,1%; alimentos, 17,1%; artigos do vestuário, 15,4%; produtos de madeira, 15,1%; minerais não metálicos, 14,3%.

Os reflexos ainda se farão sentir nos próximos meses. O mais agravante é que o desemprego piorou e ainda vai se entender mais dele com novas estatísticas. A instabilidade que tomou conta do governo, além da falta de clareza dos pré-candidatos à presidente da República são marcas que se aprofundam no processo de retorno à insolvência do governo federal, no que concerne às finanças públicas.

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