19/07/2018 - MORTALIDADE INFANTIL EM ELEVAÇÃO




Entre os indicadores mais fundamentais para medir-se o crescimento econômico de uma nação está a redução da mortalidade infantil. No caso brasileiro, em 2016, no segundo ano de forte recessão, quando o PIB repetiu – 3,5%, tal como havia registrado em 2015, a taxa de mortalidade infantil se elevou 5,5%, sobre as 13,3 crianças nascidas vivas, em relação a 1000 nascimentos de 2015, sendo agora de quase 14 por 1000 do total de nascidos no Brasil até um ano, conforme dados do Ministério da Saúde. Em 1990, data do registro da série histórica, estava em 47 para cada 1000 nascidos vivos. Naquele ano, ocorreu a maior taxa de recessão em um ano no País, quando o PIB recuou – 4,3%. No biênio 2015-2016, no qual o País decresceu mais de 7%, a verba para a Saúde possivelmente diminuiu e houve forte elevação na taxa em referência. No censo do IBGE de 1940 a citada taxa era de 150 por 1000 nascidos vivos. Teria caído em quase oito décadas para menos de 14 por mil, do que fora registrado naquele longínquo ano, quando as condições eram muito difíceis e a maioria da população residia na área rural. Em decorrência, as condições de vida eram muito insalubres.

O fato é que os gastos federais em Saúde caíram no período de 2014 a 2017. Em 2014 fora de R$113,2 bilhões, passando a R$109,2 bilhões, em 2017. No entanto, o governo federal explica também que houve uma epidemia de mortes e de más formações de fetos, causados pela contaminação por mosquitos naquele ano. Em 2017 ocorreram 1.702.083 casos de dengue; 456.095 casos de chikungunya e 230.996 casos de zika. Assim, a redução de verbas na Saúde, ao tempo em que houve expressivo crescimento populacional, além de reduções nos números de vacinações, levaram a hoje a serem registradas elevações em doenças que praticamente estavam erradicadas, tal como tuberculose e poliomielite.

No Brasil de 2018, cerca de 20% das pessoas morreram por doenças infecciosas. A vacinação retrocedeu e novas epidemias estão surgindo. Ademais, a movimentação mais intensa de pessoas dentro e fora do País também aumentou a propagação de novas epidemias. A falta de saneamento básico das residências brasileiras também explica porque os brasileiros morrem mais de doenças infectocontagiosas do que os cidadãos do mundo rico. Ou seja, mais de 100 milhões, quase a metade da população, não tem acesso à coleta de esgoto; somente 42% do esgoto coletado são tratados; 35 milhões não têm acesso à água tratada; 17% dos domicílios ou 12 milhões de lares não têm o lixo coletado, sequer separado ou tratado.

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