30/04/2017 - MEMÓRIA DE BOM CRESCIMENTO




Pesquisa Datafolha divulgada hoje ouviu 2.781 pessoas em 172 municípios mostra o óbvio de Lula com 29% das intenções de voto, caindo 1%, em relação à pesquisa anterior, mas sendo o 2º mais rejeitado, com 45% (antes era o 1º); já o 1º em rejeição passou para Temer com 65% os entrevistados. Em 2º lugar subiu o deputado federal Jair Bolsonaro, empatado com Marina Silva. No eventual 2º turno, Lula ganha de todos, mas empata com Marina e Sérgio Moro. Num empate técnico, Moro bate Lula por 42% a 40%. Entre os mais pobres e menos escolarizados, Lula tem 40%. Porém, no Nordeste, tem 50% dos ouvidos. São dados antecipados a cerca de ano e meio das eleições. Muita coisa mudará, tal como mudou a preferência do eleitorado com os candidatos tucanos, Aécio e Alckmin, que foram muito derrubados, devido às denúncias de corrupção das delações premiadas do grupo Odebrecht. Dória aparece bem nas pesquisas e se aproxima de 10% do eleitorado, tomando o lugar dos tucanos nas preferências. Beneficia-se Lula da memória do bom crescimento econômico nos seus oito anos de governo e da melhora no perfil da distribuição de renda País. Claro que ele também tem sido abalado pelas referidas denúncias. Moro ainda vai ouvi-lo no dia 10 de maio. No entanto, Moro já mandou Lula devolver mais de vinte itens de brindes recebidos no exercício do mandato, quando eram brindes do cargo e não da sua pessoa. Ele saiu do Palácio do Planalto, levando 11 caminhões de relíquias. Pelo que se sabe, foram colocadas em vários depósitos e há denúncias de que os depósitos foram pagos pela empreiteira OAS, que teria também feito benefícios em seu apartamento triplex do Guarujá, em São Paulo. Assim, como no seu sítio de Atibaia, cujos benefícios foram feitos pela Odebrecht. Lula nega ser proprietário. Porém, vai ser difícil explicar porque as suas relíquias depositadas foram pagos pela empreiteira. A referida pesquisa também consignou que tem crescido a percepção de corrupção do governo Lula, já considerado o mais corrupto da história, conforme 32% dos entrevistados. Em fevereiro eram 20%; em dezembro de 2015 foram 17%; em fevereiro de 2014 eram 12%.

Enquanto isto a economia, faltado 12 dias para um ano da gestão de Temer sinaliza com estabilização. Porém, tem déficit público de 2% do PIB. Para que a dívida pública não cresça teria de ter um superávit primário de 2,5%. Seria um ajuste fiscal próximo de 4,5% ao ano. Sem popularidade, Temer não quer criar ou elevar tributos. Tampouco, quer fazer corte draconiano nos gastos públicos. Não conta com melhor competitividade externa, que depende da elevação da produtividade industrial. Está numa “sinuca sem bico”. Avanços feitos com a PEC do teto dos gastos, de novas regras de empréstimos do BNDES, da reforma do ensino médio para tempo integral, com a reforma trabalhista e a difícil aprovação da reforma da previdência, jogando para frente à reforma tributária e as reformas microeconômicas da desburocratização, além de poucas parcerias público-privadas, de repatriação de ativos, tem garantido até agora muito pouco, sem contar ainda com maior retorno da confiança dos consumidores, dos investidores e de que o desemprego ainda cresce. Neste cenário, o crescimento ainda demorará.

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