16/04/2017 - INFLAÇÃO DOS IDOSOS

Muitas ironias acontecem com os idosos brasileiros. Quando chegam aos 60 anos ou mais, a sociedade não os veneram, como acontecem com os orientais, mas os rechaçam de uma série de atividades, por serem considerados menos aptos, quando em várias tarefas os mais velhos são mais perspicazes ou têm mais sabedoria. Há uma lei de filas e vagas de carros, ingressos em espetáculos e em ônibus, em que eles têm a prioridade. Enfim, envelhecer no Brasil é continuar enfrentando durezas.

Em vídeo, na internet, é possível ver o médico Dráuzio Varela referir-se ao paradoxo da medicina. Enquanto os produtos e serviços baixam de preços, quando adquirem tecnologia, na medicina é o contrário. Equipamentos, manutenção e serviços, quando avançam tecnologicamente, geralmente, ficam mais caros. Outro exemplo se vê nos planos de saúde, quanto mais velho o contribuinte, mais paga pela participação. Claro, aí está a lógica capitalista. O capital existe onde é maior a taxa de lucro.

Ademais, o processo inflacionário atinge mais forte os idosos. Assim, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade variou 1,38%, no primeiro trimestre de 2017, conforme informou a Fundação Getúlio Vargas. O indicador mede a variação da cesta de consumo das famílias composta por indivíduos com mais de 60 anos. Em 12 meses, referido índice acumula alta de 4,68%, acima da taxa acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil, também calculado pela Fundação, que mede a inflação para todas as faixas de renda. O indicador geral ficou em 4,55%, no mesmo período. Igualmente, quando se compara com o Índice de Preços ao Consumidor no Atacado, calculado pelo IBGE, tem-se 0,96%.