14/04/2017 - MODELO DE CORRUPÇÃO




O modelo econômico de corrupção é o cartel. Entidade fechada que reúne empresas gigantes, que fazem acordos relativos às normas de conduta para concorrência doméstica e internacional. O objetivo principal é a acumulação de capital, mediante suas leis gerais de concentração e centralização de capitais. O cartel geralmente é mais organizado do que a sociedade. Eles burlam leis; praticam preços acima do mercado ou abaixo (dumping) para destruir concorrentes; pagam propinas a autoridades, políticos, servidores públicos e lobistas.

Em março de 2014, iniciou-se a operação Lava Jato. Como um fio da meada. Identificou-se um cartel de 29 empreiteiras, fraudando concorrências e pagando propinas. A Petrobras foi a estatal mais visada. Porém, em outras estatais e generalizando para obras publicas existiam cartel.
Nesta semana, realizou-se a quebra dos sigilos de delação premiada de dirigentes da Odebrecht. Veio à tona o maior escândalo de corrupção no Brasil. O ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, afiançou de que não existe político, que ele conheça, que não seja corrupto ou que não tenha, caixa 2 (dinheiro ilícito, fora da contabilidade). Há denúncias que citam todos os cinco presidentes vivos, mandatos de 1985 até hoje. 12 governadores dos 27 estão sendo suspeitos. 24 senadores dos 81 do Senado. 39 deputados federais dos 513 da Câmara. 16 partidos receberam propinas da Odebrecht entre os 35 partidos. Mais 201 pedidos de investigação foram para primeira instância. O que incrível é que todos os delatados se revelam inocentes.

A Odebrecht foi criada em 1939. De pequena se tornou a maior empresa nacional. Mas, agigantou-se, a partir de 2004, quando cresceu 10 vezes, até 2013. Com atuação em cerca de 20 países, onde estão 80% das suas obras, contava com financiamentos subsidiados do BNDES. Isto ficou mais forte com os governos capitaneados pelo PT. Marcelo Odebrecht referiu-se a que o modelo sempre teve um CENTRO de propinas, mais forte, dentro do País. Todavia, em 1990, criou um CENTRO de distribuição off shore (fora da costa brasileira). A partir de então passou a ter uma Diretoria de OPERAÇÕES ESTRUTURADAS, onde se estabeleciam diretrizes dos negócios.

Face ao exposto, como sempre, o País tem chance de aperfeiçoar as suas instituições. Sair do buraco da recessão, em busca da eficiência. Claro, para isso, o Judiciário terá que julgar o Executivo e o Legislativo. A reforma política deverá ser feita. Mas, não nos moldes do relator atual. Porém, de acordo com interesses dos cidadãos. E não daqueles políticos tradicionais, que tem passado de pai para filho a solução de continuidade do quadro atual.

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