18/04/2017 - PROPINODUTO DA ODEBRECHT PAROU




O presidente do Conselho de Administração do grupo Odebrecht, Emílio Odebrecht, declarou ontem que deu ordem para os seus executivos pararem de dar propina, quando seu filho, Marcelo foi preso, em junho de 2015. Quer dizer, mais de 15 meses depois de ter começado a operação Lava Jato ainda o conglomerado propinava. Em março de 2014 ficou exposto o cartel de 29 empreiteiras, na atuação de obras públicas e de obras das estatais, em especial, na Petrobras. De lá para cá, a grande maioria dos contratos com estes foram revistos, suspensos, denunciados. A força da reprimenda foi tanta que exerceu forte influencia no recuo do PIB. A confiança nas instituições brasileiras foi por água abaixo. O capital estrangeiro se retraiu e retirou o grau de confiança para financiamentos da economia brasileira. Enfim, uma cadeia imensa de propinoduto foi desarticulada. Surgiu novo projeto de lei popular anticorrupção. Os congressistas o desfiguraram e aprovaram o que os absolvia na calada da noite. O STF mandou que referido projeto fosse de novo votado e até hoje está no Congresso para tal. Enquanto isso, inúmeras delações premiadas aconteceram. Faz uma semana que tornaram públicas as delações de 78 executivos da Odebrecht. Mais de uma centena de políticos envolvidos. Quase todo mundo sabia que o mundo político funcionava também por Caixa 2. Caixa legal; caixa 2, ilegal. Marcelo Odebrecht disse que não conhecia político que não usasse os dois. Muitos dos 92 políticos citados nas delações pedem provas. Sabem que dinheiro recebido não é prova. Porém, a empreiteira está juntando contratos, extratos e notas para reforçar o teor das delações: provas.

Um dos delatores da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas, que fora dirigente da Diretoria das Operações Estruturadas, entregou à operação Lava Jato uma tabela com o valor ano a ano, movimentado desde 2006 e 2014, quando foram girados US$3,37 bilhões, o equivalente a R$10,6 bilhões. A Odebrecht cresceu 10 vezes no período citado. Ou seja, mais de R$100 bilhões, o que a tornou a maior empresa privada brasileira. Não por coincidência, o múltiplo é 10%, de crescimento dos ativos da empresa e é uma polpuda comissão. Claro, como empresa líder de cartel, quase sempre foi deficiente, na sua atuação econômica, prejudicando o País fortemente porque o dinheiro recebido poderia ser usado em obras públicas sem desvios fundamentais em propinas, além de cumprimento de menor prazo e teria contribuído para o ansiado crescimento da economia. Ontem, a justiça de Nova York condenou a Odebrecht a pagar US$2,6 bilhões em multas, acusada de subornar agentes públicos pelo mundo. Para o Brasil serão pagos US$2,4 bilhões; para a Suíça, US$116 milhões; para os EUA, 93 milhões. 

 A Braskem, empresa do grupo, já tinha sido condenada em janeiro a pagar multas de US$632 bilhões. As propinas foram pagas em 12 países, de 2001 a 2016. O valor da justiça brasileira ainda vai ser fixado. A nave vai, mas “nada será como antes”.

Comentários

  1. Gostei do nada será como antes! Tomara, que esteja certo. Pois a Odebrecht e a Lava Jato mostrou como o país era tão roubado pelos politicos

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