06/04/2017 - ECONOMIA E ASTROLOGIA




A economia é uma ciência imperfeita. Por isso mesmo necessita de outros segmentos do conhecimento, dentre os quais os mais utilizados são a matemática e a estatística. Para não ir muito longe, o considerado pai da economia, Adam Smith era professor de filosofia moral e de matemática. David Ricardo explicou muitas das suas teorias, tal como a lei dos rendimentos decrescentes, mediante uso da matemática. Karl Marx a usou fortemente no seu clássico livro O Capital, ao ponto de Antônio Delfim Netto, quando embaixador na França, nos anos de 1980, resumiu O Capital em fórmulas que compõem uma folha de papel almaço. John Maynard Keynes esboçou em matemática o seu modelo de expectativas racionais. Enfim, os economistas fazem previsões mediante modelos. Os astrólogos, também, mediante mapas austrais.

Dessa maneira, no dia 30, passado, em São Paulo, o astrólogo financeiro Maurício Bernis, cobrou por uma apresentação R$360,00 por pessoa, tendo atraído 14 participantes de analistas de fundos de investimentos e de construtoras. No seu modelo, o ponto de partida dos ciclos se dá às 16 horas e 8 minutos do dia 7 de setembro de 1822, data da independência política, mas da dependência econômica, visto que o Brasil nasceu devendo, sendo a dívida uma variável endógena de complicações. Compara com os Estados Unidos, que não pagou a dívida, fazendo da sua independência política também uma independência econômica, sendo a sua variável endógena o dinheiro. Para ele, o Brasil é um virginiano com ascendente em aquário e Sol na casa 8, a casa da dívida (nos EUA é a casa do dinheiro).

As interpretações do astrólogo, conforme assistiu à palestra, a repórter da Folha, Fernanda Perrin, em reportagem publicada hoje, dá-se através da teoria dos ciclos, indicando que o Brasil, até setembro de 2017, estará vivendo uma fase crítica, de falta de crença no seu potencial de produção e de mudanças estruturais. Daí, que ele interpreta que os astros cobram as reformas da previdência e trabalhista. Afirma ainda que os ventos estão favoráveis para aeroportos, pelos próximos sete anos, para fortalecimento da economia e do mercado imobiliário.

Face ao exposto, observa-se que as expectativas do referido astrólogo estão em linha com o mercado financeiro. Convém acreditar no seu reforço.

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