11/04/2017 - UMA PRÉVIA DA ECONOMIA ATÉ 2018
John Maynard Keynes escreveu em 1936 o clássico “Teoria
Geral. Dos Juros do Emprego e da Moeda”, no qual ele pontifica três políticas
econômicas básicas: monetária, cambial e fiscal. Desde então se vem exercendo
na economia, uma política econômica sustentada por um tripé, estabelecido no
Brasil, desde 1999: meta de inflação, câmbio flutuante e superávit fiscal. Uma
prévia do governo atual, se Temer encerrar seu mandato, deixará um déficit
primário de R$400 bilhões, três vezes maior, do que deixado por Dilma. Esta
perna do tripé atual foi agravada, desde 2014, quando o Brasil ingressou na
maior recessão da sua história, levando a queda na arrecadação, enquanto as
despesas, embora com teto de gastos a partir deste ano, não desceram,
aprofundando o déficit com Temer. Pelas projeções do mercado financeiro,
auscultado semanalmente pelo Banco Central, poderá deixar o governo com a taxa
SELIC em 8,5% anuais. Seria a primeira vez que um presidente deixaria o governo
com a taxa básica de juros abaixo de dois dígitos. Ademais, as duas outras
pernas do tripé, inflação de acordo com a meta e câmbio flutuante seriam
exitosas. As projeções do FMI, de crescimento de 0,2% em 2017 e de 1,5% em
2018, são de pouca recuperação e não se venceria o déficit primário. As
projeções do BC são de 0,5% neste ano e de 2% para o próximo, também não vingam
com a recuperação econômica.
Em relatório de março, a agência americana de meteorologia,
Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, prevê uma ameaça ao que restou
do tripé, o bipé, inflação e câmbio. Seus estudos revelam que a chance do
fenômeno El Niño acontecer, a partir de agosto, saiu de 29% para 70%. Dessa
maneira, os preços dos alimentos, que foram o principal fator de desaceleração
do IPCA em 2017, poderão passar de herói para vilão. Inflação alta trará também
repercussão no câmbio, que tenderia a desvalorizar-se. Tripé destroçado. Triste
fim de um governo que não alavancou o País. No entanto, resta a esperança de
que as reformas sejam feitas, o desemprego caia e o crescimento volte mais
rapidamente. Porém, ao que tudo indica os próximos 20 meses não serão nada
fáceis, para reverter o cenário. Mas, se Temer for cassado pelo TSE? Aí um
presidente seria eleito pelo Congresso, de forma indireta para terminar o
mandato. Teria menos tempo do que Itamar Franco, que levou a economia a crescer
4,9% em 1993 e implantou o Plano Real em 1994.
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