29/11/2015 - DEUSAS CAÍDAS DE DIFÍCIL RETORNO
As deusas caídas de difícil
retorno são as grandes corporações que formaram um cartel de empreiteiras,
propineiras, recebendo de órgãos públicos e pagando a políticos, lobistas e
servidores, para que colocassem empecilhos aos acertos feitos pelo cartel, que
atuava em obras públicas e, ainda atuam em contratos ilesos às investigações,
bem como pretendem voltar a atuar, mediante contratos de leniência e de
delações premiadas dos seus dirigentes. O poder das grandes construtoras
representava cerca de 5% do PIB. Porém, após as investigações da Polícia
Federal, através da operação Lava-Jato, foram colocadas em cheque, ficando
praticamente imobilizadas e desmoralizadas pelas prisões dos seus dirigentes,
muitos dos quais assumiram culpabilidade e fizeram delações premiadas com o
fito de reduzir suas penas. O prejuízo causado até agora pelas empreiteiras
ultrapassa 1% do PIB.
São 29 gigantes grupos de
empresas que formam o cartel. Somente a Odebrecht controla um raio de 300
empresas e não é a maior empreiteira. Estão envolvidas nos escândalos de
superfaturamento nos contratos de obras públicas, mediante seus desdobramentos
em propinas. Há décadas que impunemente se agigantaram. O caso mais turbinado é
o da citada Odebrecht, grupo que cresceu 5 vezes de 2005 para cá, em cerca de
dez anos. O seu principal dirigente está preso há um semestre sem abrir a boca.
Porém, a maior empreiteira brasileira é a Andrade Gutierrez, que fechou acordos
de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e pagará a maior multa das
operações em que se apuram desvios de dinheiro na Petrobras, cujas fases de
investigações ainda não acabaram. Mais de 21 delas já aconteceram em menos de
dois anos. Para obter pena menor dos seus dirigentes e voltar a realizar
contratos com o governo, fez acordos de leniência e de delações premiadas. Para
tal, pagará multa de R$1 bilhão, além de devolver dinheiro cobrado a mais dos
contratos. Para isso, também assumindo subornos em obras da Copa do Mundo de
2014, da usina nuclear Angra 3, da hidrelétrica Belo Monte e da citada Petrobras.
A maior indenização anteriormente paga na operação Lava-Jato foi o da
empreiteira Camargo Corrêa, pelos parecidos esquemas de propinas, mediante a
adesão das propostas referidas. A terceira empreiteira é a SETAL, tendo
efetuado acordos de leniência com o MPF e o CADE. Outras empresas preferiram
ingressar em recuperação judicial, tal como o fez a empreiteira OAS.
Até agora, muitos políticos foram
citados, denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF), haja vista que eles têm
foro privilegiado. Provavelmente, haverá outra ação penal no STF, presumindo-se
que ela tenha mais do que o dobro daquela primeira ação penal, o “mensalão”,
quando 30 deles foram julgados e 25 punidos com prisões e penas pecuniárias.
Comentários
Postar um comentário