12/11/2015 - COMANDO DA ECONOMIA INEFICIENTE
Ao assumir o poder, o PT colocou
no comando da economia, como presidente do Banco Central, que adquiriu status
de ministro, um deputado federal, eleito pelo seu partido adversário, o PSDB,
na pessoa de Henrique Meirelles, que fora dirigente de banco internacional, tendo
permanecido do primeiro ao último dia dos oito anos do presidente Lula. A
população ficou perplexa, mas o objetivo de Lula foi procurar agradar também a
oposição. Indo contra o que disse em campanha, Lula prometeu respeitar os
contratos, gerando confiança dos agentes econômicos, levando a economia a
crescer em oito anos, por volta de 4%, em média anual. A maioria dos anos da
era Lula foi também de bonança internacional. Finalizando seu governo, foi Lula
também quem patrocinou a eleição da presidente Dilma. Esperava ele que ela
colocasse Meirelles na Fazenda. No entanto, ela não suporta Meirelles,
continuou com um Ministro da Fazenda fraco do governo anterior, Guido Mantega,
ficando ela mesma no comando da economia. Cometeu os maiores desvarios,
crescendo gastos mais do que o incremento do PIB, reduzindo em um ano 5% a taxa
SELIC, de 2011 para 2012, sem seguir os sinais da economia, voltando atrás,
elevando A SELIC em 7% em dois anos, visto que a inflação recrudesceu e ameaça ainda
hoje a estabilidade monetária. Em 2013, reduziu em 20% a conta de energia
elétrica, sem base objetiva, retornando a elevá-la até agora em mais de 50%.
Elegeu o BNDES para conceder crédito subsidiado a grandes empresários, “campeões
nacionais”, discriminando a maioria dos capitalistas. Elevou a carga tributária
para 36%, contrariando empresários. Não fez as reformas estruturais prometidas
em campanha. Pouquíssimo realizar de parcerias público-privadas e a
infraestrutura continua muito deficiente. Os consumidores e os empresários
perderam a confiança nela. Mesmo assim, reelegeu-se, em 2014, com apoio de Lula
e principalmente dos beneficiários dos programas sociais, escondendo um déficit
primário do seu primeiro mandato e, mentindo, dizendo que a economia estava bem
e de que respeitaria direitos trabalhistas conquistados. No entanto, em 2015,
iniciou um brutal ajuste fiscal, para corrigir erros de quatro anos, colocando
como Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, também oriundo de forte banco
(Bradesco), economista ortodoxo, doutor pela Universidade de Chicago, crendo no
modelo das expectativas racionais, de movimentos lentos e lógicos, quando
colocou o País em forte recessão, estimada em - 3%, ou mais, em 2015 e de - 1,7%,
ou mais, em 2016. O pessimismo está generalizado, sendo, depois de 1930-1931, o
biênio de 2015-2016, dois anos estimados como recessivos. O Ministro Levy tem
tido mais de dez meses de desgaste, emitindo sinais de que está cansado de ser
o saco de pancadas, mudando o seu discurso de uma nota só, o do ajuste fiscal.
Já fala que serão necessárias no próximo ano as reformas estruturais, tal como
a da previdência e de reduzir a burocracia. Porém, moderadamente pretende atuar
na questão fiscal, simplificando processos, mas mantendo os mecanismos de
proteção social. O PMDB agora ameaça “pular do barco”, dizendo que se partiu,
em 2011, de um “diagnóstico errado”, propondo um programa de “Uma ponte para o futuro”,
que será discutido no dia 17 próximo.
Ontem, de manhã, a bolsa de
valores oscilou muito, porque se falava que Meirelles voltaria para o lugar de
Levy. Tal fato não se consumou, visto que Levy está mudando levemente o
discurso. A economia continua destrambelhada, atropelada pelo impasse político
de votar-se no Congresso, o complemento dos projetos do ajuste fiscal,
continuando as investigações da operação Lava-Jato, que vão completar dois anos
de descobertas de corrupção, envolvendo 29 gigantes empreiteiros, seus
dirigentes, delatores, doleiros, além de cerca de cem políticos de altos
costados.
Em suma, o comando da economia
continua sendo ineficiente, causando recuos na renda média dos brasileiros,
tornando o País mais pobre, que levará dez anos para recuperar a renda per
capita de 2013. Isto é, a estimativa de analistas econômicos é de que, se a
renda média crescer 2% ao ano, a partir de 2017, somente em 2022 se voltará
àquele patamar.
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