27/11/2015 - SABOTAGEM DESMANCHADA NA LAVA-JATO




Sem dúvida, os impasses entre o Legislativo e o Executivo são cheios de percalços. Uma página deles, que começou a ser desmanchada, é a sabotagem na operação Lava-Jato, na 21ª fase, a chamada de Passe Livre, investigando principalmente José Carlos Bumlai, preso, sem prazo determinado, que tinha livre acesso ao Planalto, na época do ex-presidente Lula, mas que se extrapolou, chegando ao senador Delcídio Amaral, o primeiro parlamentar do Senado a ser preso, no exercício de sua atividade na história brasileira, por sabotagem. Líder do governo Dilma e do PT, exposto por fitas gravadas por Bernardo Ceveró, nas quais o senador mostra abertamente como se faz a corrupção, acreditando na impunidade, além de dizer que ia “centrar fogo no STF”. Quer dizer, tentando no Supremo Tribunal Federal (STF), que não fosse aprovada a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Ceveró, pai do referido Bernardo, mediante financiamento de um grande banco, cujo dono também foi preso. Nesse caso, o Judiciário sobrepujou os outros dois poderes, autorizando também as prisões do advogado de Nestor Cerveró e do chefe de gabinete de Delcídio. A esse respeito, a ministra daquele egrégio, Carmem Lúcia, futura presidente do STF, ao dar seu voto pelas prisões, por tempo indeterminado, das quatro acima citados, assim se referiu: “Primeiro se acreditou que a esperança venceu o medo. No mensalão, se viu que o cinismo venceu o medo. E, agora, que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a justiça. Criminosos não passarão sobre a Constituição”. Em reunião do mesmo dia, o Senado, em voto aberto, manteve a prisão do senador, por 59x13 votos, 1 abstenção. O órgão tem 81 membros eleitos. Assim, o Judiciário mostra mais uma vez o caminho certo para restaurar-se a moralidade na condução política e voltar-se ao crescimento econômico, o quanto logo, pelo desmanche de corrupção. A propósito, as gravações são provas legais, visto que foram gravadas por quem participou da reunião. No caso, Bernardo Cerveró.

As desastradas declarações gravadas do senador Delcídio, inclusive, chega a citar a presidente, a saber: “A Dilma Sab ia de tudo de Pasadena. Ela me cobrava”.  Na época Dilma era presidente do conselho de administração da Petrobras. Em Pasadena a Petrobras, na sua compra, perdeu cerca de US$1 bilhão.

Na esteira da ação das investigações da operação Lava-Jato, acerca de descobertas de corrupção na Petrobras, a prisão do senador Delcídio, que tinha muita influência no Congresso, é nítida e nociva a sua presença como lobista na política, não somente no caso de referência, conforme se ventila em Brasília, pelas suas interferências. Ele, que fora diretor da Petrobras no início deste século, extrapolava suas funções de senador em ligações espúrias.

Acerca do banqueiro citado, André Esteves, 10ª fortuna brasileira, segundo a revista Forbes, de estagiário a bancário aos 22 anos, em carreira meteórica, aos 40 anos já era dono de um banco, que está hoje em sétimo lugar no Brasil, atrás dos gigantes bancos nacionais, atuando em 20 países no mercado financeiro e, sendo sócio da Petrobras nos últimos anos, em atividades de exploração no Brasil, mediante a empresa de sondas Sete Brasil, bem como no exterior, na exploração petrolífera em África, tendo também se tornado dono de uma rede de postos de combustíveis, para a qual pagou propina para tê-la. O seu banco, o BTG-PACTUAL, com R$154 bilhões de ativos começou a desmoronar-se. Assim, muita coisa virá à tona, para limpar o caminho da economia brasileira.

Por seu turno, o Tribunal de Contas da União vê indícios de irregularidades nas relações entre o BNDES e o grupo JBS-FRIBOI, também de carreira meteórica. O BNDES será oportunamente a bola da vez da limpeza étnica.

Em suma, o STF poderá seguir firme em virar a página do imobilismo econômico. Pelo que se indica o Congresso voltará ao seu papel e o Executivo terá de ser protagonista. A página do imobilismo tem que ser virada. O quanto mais rápido melhor.

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