02/11/2015 - OBSTÁCULOS AO CAPITAL
O capitalismo brasileiro possui
carga tributária de 36% sobre o PIB. Esta é a principal grita dos capitalistas
que consideram tal percentual como uma forte retirada de recursos, que poderiam
ir para os investimentos. Tamanha retenção também não permite maior mobilidade
do capital. Há muitos países com carga tributária tão alta como a brasileira.
Como são exemplos os países escandinavos. Porém, lá eles devolvem em serviços
aqui do que retiram. No Brasil, não. Grande parte, cerca da metade do que é
retirado serve para pagamentos de juros da dívida pública e quiçá de principal.
No ano passado houve déficit primário. Nada de pagar juros, vez que eles
tiveram que ser rolados. Neste ano, o governo já ensaia em apresentar um mega déficit
de R$100 bilhões. Portanto, fará as mesmas operações de rolagem. O orçamento
enviado ao Congresso, para 2016, constou também de déficit primário.
O governo federal, portanto, para
ter mais receitas, cria incertezas tributárias e procura elevar ainda mais a
carga referida. Isto afugenta investidores nacionais e estrangeiros. Dessa
forma, anunciou que irá dobrar de 15% para 30% o imposto sobre ganhos de
capital, em transações superiores a R$20 milhões. Aumentará a tributação sobre
a folha de pagamentos de 43 segmentos produtivos, depois de ter dito que a
redução seria definitiva. Diminuiu de 3% para 1% o crédito aos quais os
exportadores têm direito pelo pagamento de tributos. Cogita de criar imposto
sobre as grandes fortunas. Tem anteprojeto de lei de tributar a repatriação de
capitais do exterior. Estuda acabar com a isenção fiscal sobre o capital
próprio, uma forma de remuneração das empresas aos acionistas. Enviou ao
Congresso, depois de ter sido derrotado, em 2007, de recriação da CPMF. Enfim,
divulga informações desencontradas sobre a malha tributária e sobre a
contabilidade nacional, assustando potenciais investidores.
O que os empresários mais
precisam é das reformas estruturais, prometidas há décadas que obstaculizam o
capitalismo, principalmente a tributária, mas também a política, trabalhista,
sindical, de marcos regulatórios, da elevação da idade mínima da previdência
social e de segurança jurídica.
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