20/08/2015 - ARRECADAÇÃO FEDERAL RECUA – 2,91%
Falta dinheiro para gastos
públicos e para investimentos em infraestrutura. Mas, não falta paras a
indústria automobilística, visto que a Caixa Econômica abriu R$5 bilhões de
crédito, parte a juros de mercado, parte a juros subsidiado, bem como o Banco
do Brasil aprovou R$3,1 bilhões para fornecedores a juros de mercado, mais bem baixos.
Já as obras públicas, a exemplo da Ferrovia Leste-Oeste é paralisada e há grande
parte dos empresários insatisfeitos com a discriminação, recuando em seus
investimentos. A recessão brasileira
provocou mais um tombo na arrecadação de tributos, pelo quarto mês consecutivo.
O recuo em julho foi de menos 3,13%,
ingressando nos cofres da União R$104,87 bilhões, o pior resultado para o mês
desde 2010. No ano, até julho, a arrecadação teve uma queda de - 2,91%,
atingindo também o menor valor arrecadado em cinco anos. No período de sete
meses, a arrecadação registrou crescimento apenas em fevereiro e março. No
comparativo dos sete meses de 2015 com igual período do ano passado, a
arrecadação caiu R$11,53 bilhões. Há poucos dias aqui se referia que o Fundo de
Participação dos Municípios tinha recuado – 2,72% no primeiro semestre, indo,
pela lógica da arrecadação federal, recuar ainda mais. Por seu turno, o
informativo Focus do Banco Central, que traz perspectivas mais conservadoras do
que os projetistas, em geral, assinalou recessão de – 2,01% pra projeção de
2015 e de – 0,15% para 2016. Dessa forma, a retração agora já caminha na faixa
de - 2% a - 3%. Seria bom se o cenário fosse outro. Mas, não. Vê-se que essa
recessão foi provocada no primeiro mandato e está sendo colhida no segundo
mandato presidencial. Naquele primeiro tempo o que se assistiu foi a criação de
mais um ministério, o 39º, gastos públicos excessivos, política industrial
equivocada, redução abrupta da taxa SELIC na hora errada, quando a inflação
subia, além da redução da tarifa de energia elétrica em 20%, já a tendo feito
subir por volta de 50% e se prometendo mais reajustes de energia no ano que
vem. Sem contar com subsídios concedidos para empresas selecionadas, já
referidas, e aqueles concedidos pelo BNDES, discriminando fortes frações do
capital, que recuaram de seus investimentos. Sem ainda contar com contenção dos
preços dos combustíveis. Por fim, há mais de um ano estourou a operação
Lava-Jato, de descoberta de desvios de recursos da Petrobras, já na 18ª fase,
sem conclusão, mas fazendo um desastre, embora corretivo, na economia,
envolvendo as maiores construtoras do País. Justamente aquelas que realizavam
as grandes obras públicas, agora em forte recuo, promovendo demissões,
dilatando prazos e fazendo o PIB, somente pelo citado escândalo, recuar – 1%,
até agora, no período de pouco mais de um ano. Sabe-se que a Petrobras era
responsável por cerca de 30% dos investimentos estatais, fortemente retraídos.
Quanto será agora?
Em suma, o País não está no rumo certo do bem
estar geral da população.
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