14/08/2015 - DESCONHECIMENTO DA REALIDADE ECONÔMICA
Nas últimas eleições, a
presidente Dilma foi reeleita com 54 milhões de votos contra 51 milhões de
Aécio Neves. Sem dúvida, Dilma foi reeleita principalmente pelas camadas mais
pobres, pelos beneficiários dos programas sociais, tipos Bolsa Família e Minha
Casa, Minha Vida, reconhecidos como seus maiores votantes pelo próprio PT.
Também a maioria dos seus eleitores foi das regiões mais pobres do País, tais
como Norte e Nordeste. Este grande contingente tem baixo nível de conhecimento
da realidade econômica, acreditando nos discursos do PT, que se vangloria de
ter feito ascender a classe média, de 36% em 1994 para 52% em 2014. Portanto,
até o ano passado ainda não tinha a maioria dos eleitores o conhecimento dos
desacertos dos últimos seis anos da política econômica. Os seis anos referidos
faz parte da análise do economista da Fundação Getúlio Vargas, colunista da
Folha de São Paulo, Samuel Pessoa, em entrevista no programa “Entre Aspas” do
dia 12 passado, no canal de assinatura Globo News. Para ele, o crescimento
brasileiro hoje está bloqueado por três motivos: 1º) a eficiência da economia
foi destruída nos últimos seis anos, mediante subsídios a segmentos
privilegiados, para estimular o consumo e o crédito, que se tornaram
ineficientes, como fuga da crise capitalista que se iniciou em 2008; do crédito
barato principalmente do BNDES, mas também do Banco do Brasil e da Caixa
Federal, de recursos advindos do Tesouro Federal, transferidos para a expansão
da dívida pública; da política equivocada de redução de 5% de juros básicos em
um ano, que trouxe de volta a alta inflação, sendo hoje debelada por retorno da
alta de 7% dos juros da taxa básica em dois anos; pelo congelamento da tarifa
dos combustíveis e da errada redução de 20% da conta de luz, também revertidos
com altas maiores de referidos preços públicos neste ano. 2º) Pelos escândalos
da operação Lava-Jato, que há mais de um ano fazem estragos superiores a 1% do
PIB, ainda não encerrada. 3º) Pelo ajuste fiscal, de difícil execução. Assim,
conforme a última pesquisa Datafolha, a maioria da população, cerca de 71% dela
agora consideram o governo presidencial como péssimo ou ruim, sendo somente 8%
que o considera bom ou ótimo e tendo a
mais baixa popularidade de um presidente da Nova República desde 1985.
O colunista Gustavo Ioschpe da
revista semanal Veja, doutor em economia e especialista em educação, realiza
artigos mensais, tendo escrito recentemente que reuniu dados do próprio MEC, nos
quais cerca de 60% da população não tem capacidade de interpretar uma folha
escrita. Por seu turno, sabe-se que o Brasil tem por volta de 15% de
analfabetos infanto-juvenis e pelo menos mais 15% de analfabetos funcionais.
Por fim, pesquisa divulgada nesta semana pela Federação do Comércio do Estado
do Rio de Janeiro (FECOMÉRCIO), tendo ouvido 1.200 pessoas de 72 municípios,
constatou que 25% dos consultados ignoram que pagam impostos no seu cotidiano,
contra 73% dos que sabem que pagam algum tipo de impostos e 2% não souberam
opinar. Para o economista da FECOMÉRCIO, Christian Travassos à grande imprensa:
“Surpreendentemente, nós ainda temos um em cada quatro brasileiros que afirma
não pagar imposto no dia-a-dia. É uma parcela minoritária, que associa imposto
apenas ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto de Renda (IR) ou
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Ele deduz que, por
não pagar esses impostos acaba esquecendo o imposto indireto”, contidos em
todos os produtos e serviços do seu uso.
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