08/08/2015 - INFLAÇÃO APROXIMADAMENTE 10%





Divulgado ontem o índice de inflação de julho de 0,62%, anualizada é de 9,56%, a maior desde 2003, sendo aproximada, por regra matemática, como 10% anuais. Dois dígitos trazem um efeito psicológico muito ruim, visto que recorda o período de 1964-1994, quando a inflação tinha tal patamar, chegando até em 1990 a fechar em torno de 2.500%. O Plano Real, de 1º de julho de 1994, colocou a inflação em um dígito e o País passou a conviver com inflação civilizada. Referida civilidade torna uma economia transparente, estabilizada e confiável. Passar de um dígito é o temor de que se perca o grande lance que foi a estabilização econômica. Tal feito também deve ser comparado com o grau de confiança internacional, concedido pelas Agências de risco em 2008, também, ameaçado de ser perdido. Na linha da navalha está também a cotação do dólar, bem próxima de R$4,00, o que empobrece ativos brasileiros. Assim, têm-se três fundamentos econômicos nacionais balançados neste ano fortemente recessivo.

Nada obstante, a inflação desacelerou em julho, em relação a junho, aquele foi o pior resultado para o mês em 11 anos, na série do mês de julho, observa-se que tem inflação geralmente mais baixa do que a dos meses anteriores do ano. Em 2015, o vilão inflacionário tem sido os preços administrados, notadamente os da energia elétrica, os quais, em média de janeiro a julho alcançaram 13,2%. Parece que a taxa de juros alta irá derrubar lentamente a inflação. Para a equipe econômica, o dever de casa está sendo feito. Ao que parece também o governo não pretende reajustar mais preços administrativos.

Existe um consenso no mercado financeiro de que a inflação recuará lentamente. Porém, existe também voz corrente de que haverá recessão em 2015-2016 e baixo crescimento em 2017-2018. Para Miriam Leitão, em sua coluna de hoje, no jornal O Globo, o segundo mandato de Dilma terá crescimento zero, citando o economista Sérgio Vale, da consultoria MB Associado, que estima recessão de – 2,1% em 2015, de – 0,6% em 2016, de aumento do PIB de 1,4% em 2017, de 1,7% em 2018, sendo a média de 0,1%. Tomando toda a presumível era  Dilma, de 2011 a 2018 seria crescimento anual de 3,9%, 1,8%, 2,7%, 0,1%, - 2,1%, - 0,6%, 1,4%, 1,7%, média provável de 1,11%. O Brasil praticamente estagnado. Será ultrapassado e a “felicidade geral da nação” adiada, “salvo melhor juízo”.

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