12/08/2015 - PESQUISAS DE NÚMEROS ALARMANTES
Toda semana o informativo Focus,
do Banco Central, traz indicadores que têm recuado sistematicamente, mostrando
o quadro recessivo, que se aprofunda. Por exemplo, o número de recuo previsto
para a indústria caiu de – 5% para – 5,21%. Fortes demissões estão acontecendo
na General Motors, já em greve, tendo a Mercedes Benz anunciado também
demissões. Domingo passado, dia 09, o varejo teve o pior Dia dos Pais, desde
2005, quando foi feita a primeira pesquisa da SERASA sobre o assunto. As vendas
entre os dias 3 e 9 deste mês de agosto recuaram – 5,1% no País, perante igual
período do ano passado, segundo a SERASA. Mais grave foi o resultado encontrado
pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC-Brasil) e pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL), de – 11,21%, o pior desempenho nos últimos seis
anos, entre 2 e 8 de agosto. Anteriormente, as intenções de vendas também
recuaram no Dia dos Namorados, - 7,82%, na Páscoa – 4,93% e, no Dia das Mães, -
0,59%, conforme pesquisas dos referidos SPC-Brasil e CNDL. Vistos percentuais
pela ordem de data dos eventos, fica claro que o desaquecimento no Dia dos Pais
foi influenciado principalmente pela escalada dos juros, pela inflação próxima
de 10% ao ano e pelo aumento do desemprego.
Previsto para o dia 16 vindouro
manifestações contrárias ao governo da presidente Dilma, ela começou a semana
se reunindo com a base aliada, com cerca de 60 senadores entre 81 existentes,
entregando 2.020 casas do Programa Minha Casa, Minha Vida, na cidade de Caxias,
no Maranhão, acreditando que vão ser votadas as medidas provisórias que
concluem o ajuste fiscal pelo Congresso, nesta semana, bem como está patente o
receio das “pautas-bomba”, projetos de lei que criam mais despesas para a
União, quando o intuito é de reduzi-las. A queda de braço entre Executivo e
Legislativo está jogando para baixo as expectativas de melhoria da economia no
próximo ano. O Banco Itaú, através da sua equipe econômica, já está também
prevendo recessão para o próximo ano. A presidente Dilma vem criticando o
“vale-tudo” político e pede apoio para estabilizar o País, admitindo as “graves
crises política e econômica” que enfrenta. Por fim, declarou que o Brasil “faz
uma travessia”. São suas palavras: “Mas, é necessário um grande esforço do governo.
Eu trabalho dia e noite, incansavelmente, para que essa travessia seja a mais
breve possível”. Vem aí também a votação do relatório do tribunal de Contas da
União sobre a gestão dela de 2014, apontando várias falhas, que será examinado
pelo Congresso Nacional.
Para a oposição, na pessoa do seu
maior adversário, Aécio Neves, a presidente tem que apresentar as soluções para
sair da crise. Para o aliado de Aécio, governador de São Paulo, Geraldo Alckmin,
a presidente não pode “responsabilizar os outros por problemas que ela própria
criou”. Enfim, nas crises é que surgem as oportunidades de soluções,
esperando-se que sejam aquelas de retorno ao crescimento econômico e não se
continue por longo tempo em recessão com inflação.
Ontem, a agência de risco Moody’s
rebaixou a nota brasileira para só um grau acima do especulativo. A sua
perspectiva é de que a economia fique estável, enquanto a maior delas, a
Standard & Poor’s tinha colocado há poucos dias como perspectiva negativa.
No geral, as três agências de classificação de graus colocaram o País no último
degrau do grau de investimento.
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