30/05/2014 - INTERRUPÇÃO NOS JUROS
O comportamento econômico de
curto prazo é previsível. No entanto, podem acontecer acidentes de percurso. A
política econômica geralmente é de agir com medidas globais. Macroeconômica.
Isto é, como exemplos, trabalhando com juros, moeda, crédito.
A reunião desta semana do Comitê
de Política Econômica (COPOM) do Banco Central (BC) interrompeu a ascensão da
curva dos juros básicos da economia, taxa SELIC, que vinha em evolução de
7,25%, em abril de 2013, em nove reuniões consecutivas, para 11%, em março. Dessa
forma, a reunião deste maio encerrou o mais longo ciclo de aperto monetário da
história do COPOM. Porém, a expectativa dos economistas consultados pelo
próprio BC é de que a taxa SELIC voltará a subir em dezembro e chegará a 12,5%
em 2015. Então, por que a interrupção? A explicação do próprio COPOM é de que
ele irá esperar os resultados das referidas nove altas, visto que os efeitos
das citadas elevações se dão meses depois. Será? Esta é a interpretação de que
as coisas permaneçam como no cotidiano. Isto
é, a política dos preços administrados crescer muito pouco ou não crescer, haja
vista que os preços livres crescem por volta de 7%. Por exemplo, no ano
passado, os preços administrados subiram 1,1%, enquanto os preços de mercado
subiram 7,3%. No entanto, também, por exemplo, se o governo elevar os preços
dos combustíveis, em percentual corretivo a algo próximo da defasagem
existente, o efeito em cadeia para que seja tomada decisão também corretiva. A
taxa de juros se elevará quase que, imediatamente, visto a meta de inflação de
4,5%, mais o viés de alta de 2%, no total de 6,5%, na tentativa de que esta não
seja superada. A expectativa dos analistas consultados pelo Banco Central é de
que a alta dos combustíveis virá logo após as eleições, até porque a situação
da Petrobras está sufocante.
Sem dúvida que a
política econômica ortodoxa, somente monetária, cambial e fiscal, vale dizer
sem as reformas econômicas prometidas e não cumpridas, desde a estabilização de
1994, deixam clara a prolongada baixa elevação do PIB, câmbio valorizado e
superávit fiscal para garantir o grau de confiança dos investidores
internacionais. Grau este que diminuiu um pouco para eles. Porém, o problema de
grau de confiança se deve aos investidores domésticos, que não estão
satisfeitos com a elevada carga tributária, a falta de marcos regulatórios e o
lento processo de concessões do setor público para o setor privado.
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