21/05/2014 - BATENDO CABEÇAS




Não bastasse a paralisia da atual gestão econômica, visto que a inflação continua insidiosa, o crescimento é raquítico e a preocupação mais nítida é a reeleição da presidente Dilma, ainda dois doutores economistas, ministros mais fortes, da Casa Civil e da Fazenda, estão em contradição, quanto à imobilidade governamental. Em entrevista à Folha de São Paulo, na semana passada, o ministro Aloizio Mercadante admitiu que o governo segura tarifas para evitar que elas tenham impacto negativo na inflação. Na mesma semana, o ministro Guido Mantega, declarou que o governo tem elevado as tarifas sim, tal como fez com aumento de 18% na conta de energia elétrica. Batem cabeças e a economista presidente nada declara.

Comenta-se no Palácio do Planalto que estaria sendo entabulado um “pacote de maldades”, mas cujo lançamento somente se dará após as eleições. Uma das medidas é elevação da carga tributária. Claramente de contenção dos investimentos e de retração do incremento do PIB. O ministro Mantega já tinha anunciado elevação das alíquotas de tributos de refrigerantes, bebidas alcoólicas para junho e voltou atrás. O Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo, cerca de 36,3%. Cobra tributos como países de economia do bem estar, tais como as dos países desenvolvidos e devolve serviços de baixa qualidade. A inflação é de 6,3% e o reajuste da tabela do imposto de renda é de 4,5%. Mercadante, por seu turno, afirmou que “você administra preços em função do interesse estratégico da economia”. Quer dizer, as tarifas públicas vão subir, provavelmente depois das eleições. Ademais, o aumento dos impostos também será para garantir a meta do superávit primário de 1,9% do PIB.

No ano passado os preços administrados subiram 1,5%, sendo muito pouco perto da elevação de 7,3% dos preços livres. Tratou-se de uma tentativa de não ver explodir a taxa inflacionária. Porém, a maior repercussão se vê na alta dos preços internacionais do petróleo, que não tem sido repassada aos postos de gasolina. O balanço da Petrobras vem mostrando crescentes perdas financeiras. Em suma, um “pacote de maldades” virá, só está sendo adiado. Isto porque não foram feitas as reformas econômicas prometidas.

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