09/05/2014 - INDÚSTRIA ENCOLHENDO




A queda na fabricação de caminhões, de máquinas e equipamentos, isto é, a fabricação de bens de capital, aqueles bens que produzem outros bens e permanecem no ciclo produtivo, responsáveis pela sustentação da produção, registrou recuo de 3,6% na passagem de fevereiro para março deste ano. A indústria brasileira como um todo revelou uma perda de 0,5% no período em referência. A indústria brasileira demonstrou que ainda não engrenou uma retomada na produção no início deste exercício. Em 2013, a indústria subiu apenas 1,2%. Dessa forma, alguns economistas começaram a rever as perspectivas para 2014, para menos de 2% de incremento do PIB, em face das perspectivas industriais não serem nada animadoras.

Segundo Rogério César de Souza, economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), em declarações à imprensa no dia 07 deste: “A aposta era que bens de capital seriam um dos setores que desapontariam este ano. Diante da queda da produção, isso compromete o resultado do setor, compromete a indústria e também pode ter implicações no próprio PIB do País, porque pode rebater no desempenho dos investimentos (Formação Bruta do Capital Fixo)”.

Os industriais brasileiros propugnam há muito tempo por nova política industrial. Isto desde que atingiu o máximo de 28% do PIB, em 1985. Hoje, ela retornou a 16% do PIB, o mesmo nível que havia em 1956. Existe um consenso que a política industrial passa antes de tudo por uma reforma fiscal, isto é, mudando a ótica de tributar, saindo da incidência maior da produção, para a incidência na riqueza e na renda. Ademais, controlando os fluxos de capitais, para reduzir os juros; depreciar a taxa cambial, para estimular as exportações; elevar a competitividade industrial, mediante inovações decorrentes de pesquisas, desenvolvimento de tecnologias; controlando a inflação.

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