13/05/2014 - LINCHAMENTOS
No Brasil o desemprego está por
volta de 5%, conforme o Ministério do Trabalho, ou de 7,1% consoante a PNAD
Contínua do IBGE. A taxa gera controvérsia nas explicações. Os 5% se aproxima
dos 3% dos anos de 1970. Os 7,1% se aproximam do grande desemprego das décadas
de 1980, 1990 e primeiros anos do século XXI. A verdade é que muitas pessoas
tem deixado de trabalhar, para estudar. Outras parecem estar migrando para a
marginalidade e violência crescentes. A Universidade de Chicago tem estudado essa
“economia esquisita”. Um dos livros mais vendidos é denominado por
“Freakonomics – o lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta”, de Steven D.
Levitt e Stephen J. Dubner, mostrando a economia subterrânea em profusão e em
crescimento.
No Brasil o Código Penal é dos
anos de 1940, quando a expectativa de vida era de 45 anos. Assim, as
penalidades são bastante abrandadas. Por seu turno, a justiça brasileira tem
quatro instâncias (são demasiadas), cabendo recursos que fazem os processos se
arrastarem por décadas. Ou seja, no País se proliferam com facilidades
especulação, corrupção, tráfico de drogas, obras públicas que se arrastam de
questionáveis méritos. No dia 10 de abril a ONU divulgou 30 cidades mais
violentas do mundo. O País possui 11 delas. Maceió está em 5º lugar. Fortaleza
em 7º, João Pessoa em 9º, Natal em 12º, Salvador em 13º.
É fato que a violência vem
crescendo assustadoramente. Hoje o País registra dois linchamentos por dia. Há
um ano eram quatro por semana. Para o sociólogo José de Souza Martins,
professor aposentado a Universidade de São Paulo (USP), especialista no
assunto, ao menos um milhão de brasileiros participaram de linchamentos nos
últimos sessenta anos. Não é de agora que os linchamentos aterrorizam o País. O
agravante é que eles estão sendo praticados cada vez mais sem razão que os
justifiquem. Para o professor José Álvaro Moises da USP: “Se as pessoas
entendem que as instituições funcionam mal, elas começam a usar seus próprios
mecanismos. É aí que a gente vê os casos de justiça com as próprias mãos”
(declaração à revista Isto é, datada de 15-05-2014).
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