27/05/2014 - REUNIÃO DO COPOM
A cada 45 dias o Comitê de
Política Monetária (COPOM) do Banco Central se reúne para decidir sobre a taxa
de juros básica da economia, a chamada SELIC, hoje em 11% anuais, que baliza o
quanto paga o governo por seus títulos da dívida pública. Os juros privados são
livres, mas os bancos também fazem seus cálculos conforme a SELIC, embora
cobrem bem mais juros e encargos, argumentando que recolhem elevados depósitos
compulsórios. Mas, não é bem isto. Afinal os bancos são as empresas que desfrutam
das mais altas de lucros no País. A teoria econômica consagra o fato de que o
BC aumenta a taxa básica para que a inflação não se eleve e até se reduza. O BC
reduz a taxa básica para elevar o ritmo de desempenho econômico. Portanto, taxa
de incremento do PIB varia inversamente com a taxa básica de juros. Daí a sua
grande importância. A pesquisa semanal FOCUS do Banco Central, divulgada ontem,
apresenta a projeção do mercado financeiro para a taxa SELIC seguir em 11% ao
ano. Os cem analistas esperam que o BC não realize mais nenhuma alta até o fim
das eleições. Iniciado em abril de 2013, parece que será interrompido o mais
longo ciclo de nove altas consecutivas da SELIC. Referida pesquisa também
assinala que a economia precisa deixar o lento e cambaleante crescimento
econômico. Mesmo assim, a inflação ficaria no teto da meta mais o viés de alta.
Logo, a economia não iria repetir taxas acima de 5% como ocorreu no período do
ex-presidente Lula. O que se acredita é que elas ficariam na faixa de 1% a 3%.
Um desempenho muito aquém, continuado a mais de três anos, muito inferior à
média do crescimento do seu grupo de países emergentes, chamado de BRICS
(Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul).
Decididamente, o atual governo do
PT perdeu o fôlego deixado por Lula, que na sua era cravou a média de 4%
anuais, em oito anos, deixando o último ano na maior taxa das últimas décadas,
de 7,5% em 2010. Porém, a indicação é que se Lula prosseguisse no terceiro
mandato, continuando com a política econômica ortodoxa do tripé, iniciado por
FHC, sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário, muito
provavelmente a taxa de incremento do PIB iria arrefecer, dado que é imperativo
realizar as reformas econômicas, prometidas em campanha pelo governo e apregoadas
pelos empresários, quais sejam a tributária, a trabalhista, a sindical, dentre
outras, assim como a elevação do número das obras de infraestrutura via
concessões.
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