06/05/2014 - ELEIÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO


 


Oportuno comparar a síntese da pesquisa Instituto Sensus/Isto é, a primeira em que a presidente Dilma não ganha no primeiro turno desde 2011, divulgada no dia 03 deste, com o que o forte representante da indústria, Benjamin Steinbruch, problematiza em seu tradicional artigo quinzenal da Folha de São Paulo, publicado hoje. O resumo da primeira aponta oito pontos nos quais a Dilma se vê criticada, sem querer mudar, no presente. As questões de Benjamin são relativas ao futuro. Em um são mostradas as fraquezas. No outro, as ausências.

Referida pesquisa, comentada pelo diretor do Sensus, Ricardo Pinto. 1º) “Depois de três anos com um PIB médio de 2% ao ano e inflação perto dos 6%, milhões de brasileiros retornaram à linha de pobreza”. 2º) “As denúncias envolvendo a Petrobras”. 3º) “50,2% acham que o País não está no rumo certo”. 4º) “65,9% da população está perdendo no bolso”. 5º) “Pela primeira vez se constata que o índice de reprovação da presidenta é maior do que o da aprovação”. 6º) “Pela primeira vez a corrupção, com 9,9% aprece entre as principais preocupações do brasileiro”. 7º) “Outro item importante da pesquisa é a identificação partidária do PT”. 8º) Perguntado sobre a identificação do PT com eleitor, ele respondeu: “Sim, mas tradicionalmente tinha entre 16% a 18% e nesta pesquisa cai para cerca de 9%. Esse é o dado que mais surpreendeu na pesquisa”.

Benjamin denominou sua coluna por “Perguntas”, as quais os candidatos à presidência não estão formulando, nem respondendo. As principais são: 1ª) “Mas e o futuro do País?” 2ª) “Qual será sua meta para o crescimento econômico e para a criação de empregos durante os quatro anos de governo?” 3ª) “Como pretende atingir essa meta?” 4ª) “Vai combater a desindustrialização que já é visível no País ou encara o problema como fatalidade”? 5ª) “Vai caminhar para tornar o Brasil um grande produtor de commodities industriais e agrícolas, tendência que vem se acentuando perigosamente nos últimos anos?” 6ª) “Vai acreditar em planejamento?” 7ª) “Vai incentivar investimentos produtivos?” 8ª) “Vai privilegiar setores industriais com nítida vocação nacional? Ou vai manter a tradicional política brasileira que estimula e rentabiliza o investimento financeiro muito mais do que em qualquer outro lugar do mundo?” 9ª) “o candidato vai interferir diretamente na educação, na segurança, na saúde? 10ª) “E de onde virão os recursos para isso?” 11ª) “Continuará de um lado gastando sem escrúpulos R$200 bilhões por ano no pagamento de juros da dívida e de outro fazendo cortes em gastos essenciais, como as remunerações de professores ou atendimento médico à população?” 12ª) Qual será a política de juros? 13ª) “Acha que o Brasil pode continuar sendo o líder mundial no campeonato do juro alto? 14ª) “E a política de crédito?” 15ª) “Pretende continuar com a política dos ‘eleitos’ para consumir os poucos recursos do BNDES ou reduzir ainda mais seu papel?” 16ª) “Se sim, como vai incentivar o setor financeiro privado a participar com recursos próprios do financiamento de longo prazo?” Assim, concluiu: “Governar um país não é um passeio de parque. É preciso ter competência, sonhos, ousadias, utopias, planos, ideologia, equipes e, principalmente, uma enorme disposição de trabalho para empurrar as mudanças que precisam ser feitas”.

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