08/05/2014 - PAC SANEAMENTO
O Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), criado em 21-01-2007, inicialmente contemplava cerca de 200
obras de infraestrutura, envolvendo aquelas antigas e novas. Naquele momento o
presidente Lula tinha sido reeleito e a economia brasileira crescia, em mais de
um ano, acima de 5% anuais. Assim, o PAC passou a ser a principal bandeira de
realizações de infraestrutura. A cada trimestre era uma festa as avaliações do
PAC. Então as obras do PAC se multiplicaram. Passaram a ser também dos 27
Estados e de 5.565 Municípios. Logo, logo, o número atingiu mais de 2.000
projetos. Porém, em razão da crise mundial de 2008, ainda não totalmente
debelada, o PAC veio também definhando. As avaliações passaram a quadrimensais
e depois semestrais. Enfim, nem se chegou à metade das contratações. A Ministra
da Casa Civil de então, Dilma Rousseff, ficou sendo chamada de “mãe do PAC”. Logo,
candidatou-se com esta principal bandeira, sendo eleita. Em seguida, ainda no
final do governo do ex-presidente Lula, em 2010, quando a economia cresceu 10%
naquele exercício, o PT lançou o PAC 2, para o primeiro mandato de Dilma
(2011-2014) e, O PAC 3, para um provável segundo mandato dela (2015-2016).
Acontece que em mais de três anos do governo da presidente Dilma, os resultados
econômicos tem sido ruins. Praticamente, pouco se fala do PAC. Resolveram então
em seccioná-lo, em PAC PRONASCI (segurança), PAC SAÚDE (Programa Mais Médicos),
PAC ESTRADAS, PAC AEROPORTOS, PAC PORTOS, PAC SANEAMENTO. Todavia, as
avaliações são quase imperceptíveis e os resultados não tem sido bons. Muitos projetos
deveriam estar acabados desde 2010, tendo sido prorrogados, tendo seus valores
sido reajustados fortemente, comprometendo os seus términos. Enfim, deixou-se
de analisar resultados em uma perspectiva histórica, valendo o aqui e agora. O
PAC 1 previa investimentos de menos de R$600 bilhões. O PAC 2 antevia inversões
menores do que R$1 trilhão. O PAC 3 prospectou investimentos da ordem de R$1
trilhão. Tais assuntos nem são cogitados.
No dia 07 passado, a equipe
presidencial reuniu uma multidão de gente para anunciar investimentos d R$2,8
bilhões, para obras de abastecimento de água e esgoto em cidades de até 50 mil
habitantes, selecionadas pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Referido
órgão escolheu 635 municípios para serem beneficiados. Segundo a FUNASA, as
obras atenderão 5,3 milhões de pessoas. De acordo com o governo federal, as
ações de saneamento já beneficiaram 1.044 municípios (19%). Ora, o Brasil
possui 5.565 municípios. Além do mais, o que são R$2,8 bilhões para R$250
bilhões somente de pagamentos de juros da dívida pública previstos em
orçamento? Cerca de um por cento. Ademais, o que são R$2,8 bilhões para o
investimento total previsto do PAC 2? Algo como 0,28%.
Enfim, um estudo mais abrangente
do PAC pode ser visto pelos trabalhos da ONG Contas Abertas, mostrando que
somente entre 10% a 20% das obras do PAC estão concretizadas.
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