28/05/2014 - MARCAS DA ECONOMIA POLÍTICA
Na Colônia e no Império as marcas
da economia política são de total dependência dos países avançados. Surgiu a
República Velha (1889), o primeiro ministro da Fazenda, Ruy Barbosa, lançou a
primeira tentativa de independência da economia política, cujo episódio ficou
conhecido como Encilhamento. Isto é, o Brasil teria uma bolsa de valores onde
os incipientes capitalistas recorreriam, visando à industrialização brasileira.
Não deu certo. Faltou quase tudo. Capital, tecnologia, capacidade empresarial.
Deu-se uma quebra geral. O País não conseguia sair das amarras da economia
rural exportadora, subordinada aos países avançados. O golpe militar de Getúlio
Vargas, em 1930, instalaria no Brasil a indústria substitutiva das importações.
Uma indústria muito protegida, por isso mesmo, não competitiva. Nos anos de
1950, estabeleceu-se a Instrução 113 da SUMOC (1955), tendo o governo de
Juscelino implementado a indústria pesada com tal instrumento e construído
Brasília. O Plano de Metas de JK foi um sucesso econômico. Porém, pelo excesso
de emissões, a inflação exarcebou-se. Após isto, o golpe militar de 1964 veio
para combatê-la. Outro sucesso econômico
ficou conhecido como “milagre brasileiro” nos anos de 1970. Porém, dois choques
violentos de elevações dos preços de petróleo (1973 e 1979) fizeram o País
abandonar o planejamento econômico de longo prazo que se efetivou de 1949 a
1979. A inflação veio mais forte do que antes do golpe de 1964, fazendo os
militares saírem de cena. Principal prioridade passou a ser um programa de
estabilização, para debelar-se a inflação crônica. Várias tentativas (seis), sem sucesso,
chamadas de “planos econômicos” não fizeram acertar-se a política econômica.
Somente com o Plano Real (1994) o Brasil adquiriu a estabilidade econômica.
Entretanto, permaneciam estigmas difíceis de serem superados. Na eleição direta
de 1989, vinte candidatos se apresentavam. O mais radical, Lula, provocava
grande receio. O presidente da FIESP, Mário Amato declarou: “Se Lula ganhar,
800 mil empresários deixarão o País”. Fernando Collor ganhou a eleição.
Afastado Collor, por uma série de escândalos, o seu vice, Itamar Franco,
convidou FHC para elaborar o Plano Real. O êxito do Plano Real levou FHC a ser
eleito presidente em 1994. Em 1998, FHC, candidato à reeleição, difundiu o
receio da volta da inflação, dizendo “o Brasil não pode parar”. Venceu no
primeiro turno. Em todo o seu período, FHC não fez nenhuma reforma estrutural
prometida. Lula se candidatou pela quarta vez. Mesmo dizendo o que disse Regina
Duarte: “Isso (o PT) dá medo na gente”, Lula ganhou porque o País continuava
patinando em seu desempenho econômico, ansiando por reformas. Surpreendendo a
muitos, Lula seguiu a cartilha de FHC. A conjuntura mundial era “de vento em
popa” e ele conseguiu melhores taxas do PIB do que FHC, o que lhe fez
candidatar pela segunda vez e ser reeleito. Terminado segundo mandato, ele
lançou Dilma Rousseff como substituta. Seu opositor, José Serra, apelou: “Há
evidências da relação do PT com as FARC”. De favorito, Serra perdeu a eleição.
Mas, Dilma não fez as reformas. É favorita à reeleição.
FHC se utilizou do tripé
ortodoxo, composto de metas de inflação, câmbio flutuante, superávit fiscal. Lula
repetiu o tripé ortodoxo. Dilma, também. Nenhum fez reformas que prometeram em
campanha. Geralmente, o que ganha uma eleição é a mudança, é um plano de
governo de longo prazo, que pretenda mesmo realizar as ansiadas reformas
estruturais.
Comentários
Postar um comentário