05/05/2014 - PESSIMISMO DO MERCADO FINANCEIRO




A pesquisa semanal FOCUS, do Banco Central, auscultando 100 analistas financeiros de fé, divulgada hoje, retrata o fato de aumento do pessimismo para o próximo biênio, reforçado pelo discurso da presidente Dilma no dia 30, relativo às comemorações do dia do trabalho, dia 1º . Quer dizer, a propaganda política de seus feitos, sujeita à multa, porque está fora do início da propaganda eleitoral, não conseguiu encobrir as expectativas de inflação em alta, crescimento em baixa e de juros em alta. As perspectivas para 2014 e 2015 são de inflação no limite máximo da meta de 4,5% mais o viés de alta de 2%, isto é, 6,5%. Em face disso, a previsão é de que os juros básicos da economia se elevem ainda mais, para 12,25% anuais, até o final de 2015. O PIB estimado para 2014 recuou de 1,65% para 1,63%; o PIB de 2015 retroagiu de 2% para 1,91%. Em particular, o produto industrial continua definhando, em perspectiva de recuo de 1,40% para 1,21% neste ano de para 2015 se manteve em 2,65%.

A questão sobre análise vem se deteriorando também pela falta de coerência da política fiscal, qual seja de um reajuste de 10% no Programa Bolsa Família e somente uma elevação de 4,5% na tabela de descontos do Imposto de Renda na fonte, quando a inflação está por volta de 6%. Ficou claro que a prioridade é a de conquistar votos para ganhar a reeleição. Além do mais, para cobrir rombos da área de energia elétrica, já houve elevações de alíquotas de tributos de produtos supérfluos, tal como bebidas alcoólicas e refrigerantes,  no primeiro trimestre e está prevista nova elevação em 1º de junho, também para bebidas alcoólicas e refrigerantes. As reformas econômicas necessárias, tal como a reforma tributária, nem de longe é pensamento da atual gestão econômica, nem agora, nem para o provável próximo mandato. Pelo menos, não foram anunciadas. Pelo contrário, estão sendo estimadas elevações dos preços administrados represados principalmente de combustíveis, lubrificantes e energia elétrica. Isto porque os segmentos produtivos referidos precisam se capitalizar, assim como terão reflexos direta de aumentos na taxa inflacionária futura. Ademais, o déficit externo em conta corrente continua se agravando e a indústria perdendo posição na composição do PIB.

Dessa maneira, os índices de confiança, seja do consumidor, sejam dos empresários continuam em retração. Para piorar, ensaia-se um “volta Lula”, havendo racha na base aliada, bem como Dilma afirma que se candidatará, mesmo sem apoio dela e Lula diz apoiá-la.

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