22/05/2014 - MOBILIDADE URBANA
A possante indústria automobilística
coloca há décadas uma quantidade de carros de passeio e caminhonetes que congestionam
todos os dias os grandes centros urbanos, de uma maneira em geral. Mas, muitas
cidades do interior também têm congestionamentos de trânsito. É impressionante
que, a cada minuto, 152 novos automóveis deixam as fábricas do mundo. A
projeção é vigorosa. Para 2020 a produção de veículos é de 203 por minuto.
Tomando-se o Brasil, entre 2002 e 2012, a frota de veículos se elevou mais de
seis vezes a taxa de crescimento da população. Ou seja, em uma década
praticamente o número de habitantes das cidades brasileiras cresceu 14% e a
quantidade de automóveis se elevou em 85%. Em 2002 existiam 26,66 milhões de
veículos no Brasil; em 2012 alcançou 50,21 milhões de carros. Nesse ritmo,
conforme a fonte Observatório das Metrópoles, citado pela revista Veja, de
09-04-2014, em 2022 serão 94,56 milhões de veículos.
Os tormentos de excesso de carros
são engarrafamentos quilométricos, poluição do ar, poluição sonora, aquecimento
global e até pela obesidade das pessoas. Os cálculos dão conta de que 85% dos
brasileiros residem nas cidades em espaço de 5% do território nacional.
Não existe uma solução definitiva
quanto aos problemas acima em seu conjunto. As prefeituras do mundo inteiro
procuram implantar medidas restritivas para melhorar deslocamentos. Na maior
cidade do mundo, Tóquio, Japão, quem compra um carro precisa apresentar uma
prova de que possui uma vaga privada para estacioná-lo. Se não tem, não compra.
Em Pequim, na China, embora comprar um carro seja fácil, conseguir emplacá-lo é
o maior desafio. O governo estipulou um sistema de sorteio, sendo a emissão de
novas placas reduzida a um terço. Em São Paulo, Brasil, a prefeitura reservou uma
pista só para ônibus, na tentativa de obrigar o cidadão a deixar o carro na
garagem e usar a rede transporte público. Criou também o sistema de carro com
placa par ou impar circulando um em cada dia. Em Nova York, Estados Unidos,
frequentes congestionamentos na Times Square obrigaram a prefeitura a fechar
alguns quarteirões, para a passagem de veículos e fazendo da área em referência
um grande bulevar. Em Estocolmo, na Suécia, existe sistema de pedágio urbano e
a escolha de carros menos poluentes. Em Londres, o estacionamento de veículos no
centro da cidade é muito caro e dificultado. Um modelo da fabricante Volvo virá
até o final deste ano com manobrista embutido. O Google X projeta um veículo
sem motorista, a ser lançado até 2020.
Enfim, muito provavelmente a mobilidade
urbana de veículos cederá muito mais espaço ao transporte público, que será
mais lógico e socialmente mais vantajoso, mas, também muito provavelmente os
veículos continuarão a circular, esperando-se que os tormentos possam diminuir,
havendo harmonização entre as duas formas de transportes.
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