29/11/2013 - LENTIDÃO PARA AEROPORTOS
Não é somente a lentidão
governamental para firmar parcerias com aeroportos, mas com toda a
infraestrutura, a qual, em princípio, caberia ao governo realizar, porém, não a
faz pela alegada falta de recursos orçamentários. Claro, metade do orçamento
público é para pagar encargos da dívida pública, já à outra metade é para fazer
gastos e investimentos federais. Estes últimos são baixíssimos, por volta de 1%
do PIB.
Até o século XX viajar de avião
era um privilégio, um prazer inusitado, somente viajava era um número
determinado de cidadãos. Porém, mediante o advento do Plano Real (1994), em que
a classe média saltou de 36% da população para 52% no século XXI, milhões de
brasileiros puderam viajar de avião. Nada de errado, na rapidez. Entretanto, a
infraestrutura aeroportuária se engarrafou ao ponto de hoje serem severas as
críticas aos prestadores desses serviços. Não foi de agora não. Desde os
primeiros anos do século XXI o gargalo afunilou e a insatisfação tem sido
continuada até hoje. Os aeroportos são muito ruins. Não há conforto para quem
espera. Há filas enormes. Os preços dos produtos ali vendidos são escorchantes.
O acesso é difícil ou impossível por transporte público. Para despachar as
malas se perde muito tempo. A sinalização interna é precária. Os informantes
não dispõem de informes básicos ou têm dificuldades em comunicá-las. Atrasos
são corriqueiros. Prejuízos enormes.
A empresa pública INFRAERO administra
cerca de 60 aeroportos no Brasil. Porém, administra cada vez pior. Assim, desde
2004, data da lei das parcerias público-privadas que existe a pressão da
sociedade para compartilhar a sua gestão. No entanto, o governo federal resiste
em fazê-lo. Depois de aproximadamente seis anos foram feitas as concessões dos
aeroportos de Guarulhos e de Campinas. Mais quase três anos, na semana passada,
foram feitas mais duas concessões, para o aeroporto do Galeão e de Cofins.
No pano de fundo existem aqueles
que querem a privatização e aqueles que não querem. Trata-se do debate entre a
eficiência e a ineficácia. Por enquanto, o bom senso pouco está prevalecendo,
mas o desgaste é grande. Logicamente, o custo Brasil de carregar uma
infraestrutura cheia de gargalos coloca o Brasil em lugar de pouca
competitividade.
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