22/11/2013 - MODELO POUPANÇA-INVESTIMENTO
As propostas econômicas
geralmente são baseadas em modelos econômicos. O modelo geral é sintetizado na
equação do Produto Interno Bruto (PIB), composto de consumo das famílias (C),
mais tributos (T), mais poupança (S), mais exportações (X), menos importações
(M). Similarmente, o PIB é igual ao consumo familiar, mais gastos do governo
(G), mais investimentos (I), mais exportações, menos importações. Teoricamente,
o consumo não muda nas duas equações. O papel do governo na primeira equação é
o de tributar; na segunda, o de realizar gastos. Na primeira equação, a
poupança dos empresários antecede o investimento, na segunda equação. Já a
balança comercial é igual em ambas as equações.
No Brasil, secularmente é baixa a
taxa de poupança em relação ao PIB, isto porque o consumo familiar é
preponderante. Conforme é sabido cerca de 60% da população têm renda que não
chega ao final do mês. Por seu turno, diferente de outros países onde existem
cataclismos, onde a população tem de pensar sempre em provir, a semelhança do
que ocorre no Japão e na China, aqui não há maremotos, terremotos, furacões,
dentre outros. Portanto, a população vai às compras. Atualmente, a poupança
recuou para 16,6% do PIB. O investimento está em torno de 18%, o quer é
complementado por poupança externa. Muito baixos, na atualidade, o binômio
poupança-investimento, produzindo crescimento por volta de 2% anuais. Para
alcançar acima de 5% ao ano, conforme pretende a equipe econômica, a poupança
teria de ser complementada até chegar a 24%. Porém, isto é está sendo impossível,
visto que havia superávit significativo na balança comercial até o ano passado
e, neste, parece que poderá haver déficit. Ademais, as contas externas que
estavam praticamente zeradas há dois anos, agora apresentam déficit de 3,6%. Ainda
que o Banco Central aumente ainda mais a taxa real de juros, tradicionalmente
uma das maiores do mundo, a economia americana está se recuperando e atraindo
capitais para o seu território, o que não preferirá vir para o Brasil. Aliás,
nos últimos dias tem havido muita saída de capitais do que entradas. Argumentam
os empresários internacionais que, além da segurança da economia americana, o
governo federal não apresenta regras claras para as parcerias público-privadas,
muitas das quais estão sendo adiadas. É também o pensamento dos grandes
capitalistas brasileiros.
Enfim, a população precisaria ter
melhor educação financeira, o que implicaria em poupar mais. O governo, que tem
poupança negativa, deveria torná-la positiva, fazendo mais investimentos. Os capitalistas
deverão voltar a investir, quando se sentirem nos marcos regulatórios
plenamente definidos. Entretanto, conforme artigo de hoje, no Estado de São
Paulo, de Dora Kraemer: “A desconfiança do mundo do dinheiro privado em relação
à presidente Dilma Roussef não se dá por razões subjetivas ... Reúne-se com as lideranças do Congresso e
propõe um pacto para que não se aprove nada que implique redução de impostos ou
aumento de gastos fora do previsto no orçamento”. Então, está difícil mudar o quadro.
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